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A paz e a tranquilidade da comunidade do Barra da Grota, em Araguaína (TO), desapareceram desde o dia em que o setor recebeu um verdadeiro presente de grego do Governo do Estado: a construção de um Presídio de segurança máxima, em 2005.

Desde então, a comunidade vem acompanhando cenas de filme, só que na vida real. São fugas, tentativas de fugas, disparos com armas de fogo, rebeliões - como a de 2009 quando os detentos deixaram a Unidade destruída - esgoto sem tratamento sendo despejado nos córregos e a consequente desvalorização dos imóveis, em razão de tantos problemas. O que separa os presos [durante o banho de sol] da população é apenas uma tela de proteção. Não há muro e nem efetivo em quantidade suficiente para fazer a segurança externa e devolver a paz à comunidade.

Nesta semana, oito detentos tentaram fugir da unidade. Seis do pavilhão B e dois que estavam no Seguro, local onde ficam os mais perigosos.

Quando os agentes perceberam a movimentação, alguns dos detentos já estavam na última área de proteção, localizada na parte do fundo do presídio. Enquanto isso, dois detentos conseguiram escapar pela frente da unidade, segundo a polícia.

Houve perseguição pelas ruas da comunidade, disparos com arma de fogo, calibre 12, e até agressão sofrida por servidores. Vários episódios semelhantes já foram registrados. Segundo o presidente da Associação de Moradores, Antônio dos Reis, essas são situações que deixam a população preocupada, insegura e aflita.

Reis conta que já enviou vários ofícios às autoridades estaduais e municipais solicitando a construção de um muro envolta do Presídio para amenizar o problema, mas nunca recebeu  nenhuma resposta. “Vamos continuar cobrando providências”, disse. Outra preocupação da comunidade é que pessoas sejam feitas reféns durante as tentativas de fugas.

A comunidade pede também que o portão de entrada do Presídio seja mudado de local. "Fizeram o portão dentro da comunidade. Estamos pedindo que mudem para a outra lateral da unidade", afirmou Antônio dos Reis.

Outra má notícia

Na gestão passada do governador Siqueira Campos, o então secretário de Defesa Social, Nilomar dos Santos Farias, anunciou o projeto de construção mais um presídio em Araguaína, com capacidade para 603 vagas, também no Setor Barra da Grota.

A notícia foi recebida com críticas por vários setores da sociedade, inclusive do prefeito Ronaldo Dimas que reagiu de forma dura. "Nós não vamos admitir novos presídios em Araguaína. O que tem já é mais do que suficiente e provocou um monte de problemas”, declarou o prefeito, na época.