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Por onde andam os jogadores brasileiros que fizeram fama nos anos 90

Polêmicas, gols e comemorações inusitadas. Veja agora nossa lista com nove jogadores icônicos de uma das décadas mais irreverentes do futebol brasileiro.

Tetracampeão mundial em 1994, Raí disputou cinco jogos em Copa do Mundo
Foto: Divulgação/CBF

A década de 1990 é, sem dúvidas, uma das mais lembradas pelos saudosos do futebol como uma época em que o esporte era jogado com mais alegria, com mais irreverência, tanto no estilo de jogo quanto nas comemorações. Por isso, separamos uma lista especial com nove jogadores emblemáticos da época, para saber como estão levando a vida, principalmente se ainda seguem dentro do futebol, de certa forma.

 

A expressão futebol “raíz” é muito usada para descrever o que a década de 90 proporcionou. Bons e maus exemplos podem ser tirados de cada uma das histórias folclóricas ocorridas dentro e fora de campo. Inclusive, essa é uma das questões mais comparadas com o futebol moderno, que muita gente diz que é futebol “Nutella” ou “modinha”.

 

Claro que não podemos excluir as referências dos últimos anos, principalmente para quem não teve a oportunidade de assistir ao futebol nos anos 90, mas quem viveu a década consegue jurar de pés juntos que foi uma das melhores e com o maior número de referências em todas as posições. Vamos ver agora um pouco mais sobre os craques da época e o que andam fazendo na atualidade.

 

Veja abaixo uma seleção de craques que a KTO apostas online selecionou.

Romário

 

O “Baixinho” foi responsável por marcas incríveis dentro das quatro linhas, sobretudo com seus mais de 1.000 gols e com o seu desempenho na Copa do Mundo de 1994, nos Estados unidos, quando o Brasil faturou o tetracampeonato, tão celebrado na voz de Galvão Bueno, que pulava ao lado de seu comentarista naquela oportunidade, que era nada menos que Pelé, o Rei do Futebol.

 

Diferenciado, principalmente dentro da área, Romário era um dos “Bad Boys” da bola. À mesma medida que marcava gols, faltava em treinos e se envolvia em polêmicas. Mas, justamente por ser diferenciado, nada disso atrapalhou seu desempenho nas partidas. Há quem diga que ele ia melhor, justamente por se poupar dos treinamentos.

Também fora de campo, Romário protagonizava entrevistas sem papas na língua. Com seu jeito autêntico e autoconfiante, ele conquistou diversos títulos coletivos e individuais por onde passou. O principal deles, de forma individual, foi a conquista do troféu de melhor jogador do mundo pelo seu desempenho em 1994.

Também pelo seu jeito, conseguiu a admiração e respeito de torcedores vascaínos, flamenguistas e tricolores, sendo cultuado até hoje pela sua entrega e pelos gols marcados em suas passagens. Ao todo, Romário alcançou 28 artilharias oficiais em toda a sua carreira.

Hoje Romário, com 54 anos, está em um campo de atuação bastante diferente, pois trocou os assuntos que envolvem diretamente o futebol para se dedicar à política, desde 2010, quando foi eleito o sexto deputado federal mais votado. Romário também se candidatou e venceu como senador, cargo que ocupa atualmente, desde 2014. Ainda tentou, mas sem êxito, chegar ao governo do estado do Rio de Janeiro.

 

Ronaldo

 

Aqui vamos falar um pouco sobre Ronaldo Luís Nazário de Lima, que chegou a ter a alcunha de “Ronaldinho”, mas que se consolidou como o “Fenômeno”. Durante os anos 90, Ronaldo iniciou no São Cristóvão, e brilhou com as camisas do Cruzeiro de Minas Gerais, PSV Eindhoven (HOL), Barcelona (ESP) e Internazionale de Milão (ITA).

Precoce no futebol, fez sua estreia profissional em 1993, com a camisa cruzeirense, quando tinha apenas 16 anos de idade. Devido ao seu estilo de explosão nas corridas, foi ganhando cada vez mais espaço, até que chegou a ser convocado para a Copa do Mundo de 1994 e foi vestir as cores do PSV Eindhoven, da Holanda. Ronaldo também marcou diversos gols e foi cultuado pela torcida como grande artilheiro.

 

Também no seu período no futebol holandês, Ronaldo passou a ter seus primeiros problemas no joelho, algo que o afetaria mais vezes no decorrer de sua carreira vitoriosa. Inclusive foi depois dessa lesão que Ronaldo ficou descontente no PSV, já que não estava mais sendo aproveitado como antes na titularidade. Assim, seu ciclo se encerrou por lá em 1996, quando se transferiu ao Barcelona.

 

O período no time catalão levou Ronaldo a ser um dos maiores protagonistas da Copa do Mundo de 1998, onde o Brasil chegou à final, mas foi superado pela França de Zinedine Zidane. A grande polêmica daquela vez também girou em torno do camisa 9, que passou mal na véspera do jogo, chegando a convulsionar, o que deixou todos apreensivos. No fim das contas ele se recuperou e foi para o jogo.

 

Na Internazionale Ronaldo foi do céu ao inferno, justamente por ter sido nesse período em que conquistou o apelido de “Fenômeno”, mas também foi o período em que teve as suas lesões mais graves da carreira.

 

Após superar as lesões nos joelhos, Ronaldo chegou a ficar desacreditado ao futebol, mas entre cirurgias e tratamentos de fisioterapia, Ronaldo voltou a brilhar na Seleção Brasileira, ao ser a peça-chave do Penta, já em 2002.

 

O camisa 9 foi responsável ainda por boas passagens no Real Madrid, Milan e, por fim, no Corinthians, onde encerrou sua carreira.

 

Ao todo, Ronaldo foi convocado para quatro Copas do Mundo, atuando em três delas. Assim, ele se tornou o segundo maior artilheiro da história das copas, com 13 gols marcados, feito que foi superado somente em 2014 pelo alemão Miroslav Klose. Em números totais, Ronaldo balançou as redes por 414 vezes, em 616 jogos disputados.

 

Atualmente Ronaldo ainda participa de diversos eventos relacionados ao futebol e virou um empresário bem sucedido, com a fundação da 9ine, que é ligada ao marketing esportivo, e gerencia nomes de peso, como Neymar Jr. e o lutador de MMA, Anderson Silva. Ronaldo também acabou comprando um time. Pois é, o “Fenômeno” é hoje dono do Real Valladolid, da Espanha, que disputa a primeira divisão do Campeonato Espanhol.

 

Ronaldo chegou também a fazer algumas aparições como comentarista em transmissões da TV Globo, mas não seguiu adiante com a função

 

Edmundo

O atacante Edmundo, conhecido como Animal, apelido dado pelo narrador Osmar Santos, foi um dos melhores jogadores a atuar no Brasil nos anos 1990.

Edmundo Alves de Souza Neto é uma das maiores figuras que mostram o que foi o futebol “noventista”. Devido às suas grandes atuações em campo, ganhou do narrador Osmar Santos o apelido de “Animal”, em referência à gíria usada na época para dizer que algo ou alguém era muito bom no que fazia. Dentro e fora de campo se envolveu em grandes confusões e também era considerado um dos maiores “bad boys”, ao lado do baixinho Romário.

 

Aliás, os dois sempre viveram em uma grande relação de amor e ódio quando companheiros de time. O rompimento que durou até pouco tempo ocorreu no Vasco, quando os dois eram os principais jogadores do clube cruzmaltino.

 

Mas voltando aos feitos de Edmundo dentro de campo, o “Animal” teve uma carreira marcante em todos os clubes que passou. Foi ídolo, principalmente, no Palmeiras e no Vasco da Gama. Edmundo ainda conta com passagens pelo Corinthians, que foi uma das únicas em que não rendeu como o esperado, pela Fiorentina, Santos, Napoli, Cruzeiro, no futebol japonês, no Tokio Verdy e Urawa Reds, além de Fluminense, Nova Iguaçu e Figueirense.

 

Edmundo era artilheiro e também gostava da provocação aos adversários. Uma das mais marcantes foi em uma de suas passagens pelo Vasco, em que Edmundo parou a bola próximo à linha lateral e, literalmente, rebolou na frente do zagueiro adversário, que era Gonçalves, que defendia o Botafogo.

 

O “Animal” jogou, marcou gols, apanhou, driblou, bateu e fez tudo o que tinha direito (e o que não tinha direito também) para se tornar uma das figuras mais emblemáticas da década. Ao todo, Edmundo marcou 359 gols, em 742 jogos profissionais.

 

Com 49 anos, Edmundo ainda respira futebol atuando como comentarista. Edmundo já passou pela Band, onde ficou de 2010 a 2016 e atualmente está fora do ar, após ter seu vínculo terminado com o canal Fox Sports, onde ficou por quatro anos. Como comentarista, o “Animal” continua com opiniões fortes e também já chegou a se desentender com alguns companheiros de trabalho, mas nada que não fosse resolvido, por isso mantém-se na carreira há anos.

 

Raí

Raí foi um dos grandes responsáveis pela ascensão internacional do São Paulo no início dos anos 90.

Conhecido pela torcida do São Paulo como “Terror do Morumbi”, Raí Souza Vieira de Oliveira ou, simplesmente, Raí, foi um dos grandes responsáveis pela ascensão internacional do São Paulo no início dos anos 90.

 

Raí começou a carreira no Botafogo de Ribeirão Preto, nas categorias de base. Aos poucos foi ganhando espaço e foi emprestado à Ponte Preta, time de Campinas, mas logo voltou ao time principal do Botafogo de Ribeirão Preto, time de sua terra natal. Depois de se destacar no time em que também revelou seu irmão, o consagrado meia Sócrates, Raí foi contratado para vestir a camisa 10 do São Paulo. Pelo time da capital, Raí passou a brilhar, principalmente com a conquista de duas edições do Campeonato Paulista (1989 e 1991) e uma do Campeonato Brasileiro (1991).

 

Raí era diferenciado por ser discreto em suas entrevistas, mas ousado com a bola nos pés. Sua melhor fase, porém, ainda estava prestes a chegar, no ano de 1992, em que o tricolor faturou a Libertadores da América sobre o Newell’s Old Boys (ARG) e o Mundial Interclubes, contra o Barcelona (ESP). Inclusive, os dois gols marcados pelo São Paulo foram de Raí, na vitória por 2 x 1.

 

Como comandante do meio campo e fazendo muitos gols, não demorou muito até que Raí chamasse a atenção de times europeus. No início de 1993, o Paris Saint-Germain fez uma oferta ao tricolor, que o vendeu, mas com a condição de que o meia ficasse até o término da Libertadores daquele ano. Assim, antes de viajar rumo a Paris, para defender o PSG, ainda deu tempo de Raí vencer mais uma edição da Libertadores pelo São Paulo, frente à Universidad Católica (CHI).

 

Na França, a grande maioria da torcida trata Raí como o maior ídolo da história do clube. Por lá ele marcou 71 gols e levou o PSG para a, até então, melhor classificação em uma edição da UEFA Champions League, que foi a semifinal em que o time de Paris foi superado pelo Milan, da Itália. Somente na edição 2019/2020 do torneio que o PSG conseguiu superar esse feito.

 

Raí ainda voltou ao São Paulo em 1998 já conquistando um Paulistão frente ao Corinthians e ficou no tricolor até encerrar sua carreira, em 2000, após a conquista do seu último título paulista, contra o Santos.

 

A única ressalva da carreira vitoriosa de Raí, foi que ele não chegou a brilhar com a camisa da Seleção Brasileira. Se esperava muito dele na Copa do Mundo de 1994, mas atuou pouco, sendo substituído por Mazinho, que jogou como titular até a final diante da Itália.

 

Hoje com 55 anos, Raí segue trabalhando diretamente com o futebol, onde atua no cargo de executivo de futebol do São Paulo. Além disso, dirige a Fundação Gol de Letra, que é uma entidade voltada para crianças carentes. A fundação é tocada por Raí e por Leonardo, que atuou com ele no São Paulo e no PSG. Em 2006, junto com outros atletas, também criou a organização Atletas pela Cidadania, que defende causas sociais de atletas e ex-atletas.

Rivaldo

Rivaldo, ex-meia da Seleção, Palmeiras, Barcelona e São Paulo

Podemos chamar Rivaldo de craque, mas ele se destaca também por ser o oposto da maioria dos nomes que já mencionamos por aqui, justamente por ser o mais discreto fora de campo. Muitas pessoas, inclusive, dizem que se Rivaldo tivesse o mesmo marketing que outros grandes jogadores, seria ainda maior em termos de publicidade e, claro, teria ainda mais fãs espalhados pelo mundo.

A carreira do craque começou no Santa Cruz (PE), aos 19 anos. Em 1992 teve uma boa proposta do Mogi Mirim (SP), após boa atuação na Copa São Paulo de Futebol Júnior daquele ano. Assim, com Rivaldo e Valber, que era outro jogador jovem a chegar no clube do interior de São Paulo, o Mogi venceu a Série A2 do Campeonato Paulista, com uma equipe que ficou conhecida como "Carrossel Caipira".

Logo em seguida, o meia despertou o interesse do Corinthians e por lá também se destacou, já no ano de 1993, onde jogou o Brasileirão. Como o jogador ainda tinha o passe pertencente ao Mogi Mirim, o Corinthians acabou não comprando o jogador em definitivo, assim, seu arquirrival, o Palmeiras, contratou Rivaldo para formar um grande elenco.

 

Rivaldo foi campeão brasileiro e paulista com a camisa alviverde e, com seu currículo de títulos aumentando, após duas temporadas foi negociado com o Deportivo La Coruña (ESP). Em seu primeiro ano em um clube internacional, Rivaldo seguia em destaque pelas boas apresentações, marcando 21 gols e ajudando seu novo clube a ficar com um terceiro lugar no Campeonato Espanhol.

 

Com as boas marcas alcançadas, logo o Barcelona quis o meia, também para tentar suprir a falta de Ronaldo, que havia deixado o clube na mesma época. Assim que chegou ao Barça, também ganhou respeito em pouco tempo e assumiu a titularidade. Ajudou o time catalão a conquistar o título espanhol e a Copa do Rei.

 

Ainda no Barcelona, Rivaldo conquistou o troféu de melhor jogador do mundo em 1999, quando teve uma temporada praticamente perfeita, conquistando, mais uma vez, o título espanhol.

 

Voltando um pouco no tempo, para falar exclusivamente sobre a Seleção Brasileira, Rivaldo conseguiu disputar a Copa do Mundo, convocado por Zagallo, em 1998, e chegou à final, perdendo para a França. Porém, seu auge com a amarelinha só viria na Copa seguinte, com o pentacampeonato da Seleção Brasileira na Coreia e no Japão.

 

Rivaldo ainda desfilou seu futebol por outros times, como o Milan (ITA), Cruzeiro, Olympiakos (GRE), AEK Atenas (GRE) e Bunyodkor (UZB). Do futebol do Uzbequistão, o jogador voltou às origens e passou a jogar e a presidir o Mogi Mirim. Em 2011, porém, Rivaldo recebeu a proposta de atuar pelo São Paulo, onde ficou por uma temporada. Em sequência teve uma rápida passagem pelo futebol angolano e voltou ao Brasil para jogar pelo São Caetano.

 

Rivaldo, então encerrou a carreira de maneira definitiva no Mogi Mirim, em 2015. No mesmo ano, também anunciou o seu desligamento do cargo de Presidente do clube.

 

Hoje Rivaldo tem vivido sua quarentena na Flórida, onde mantém sua forma física como na época de atleta profissional e cuida da carreira do filho, Rivaldinho, que também se tornou jogador profissional de futebol.

 

Marcelinho Carioca

Em 1994, Marcelinho chegou ao Corinthians e logo se tornou peça-chave para grandes conquistas do clube alvinegro

Um dos melhores batedores de faltas dos anos 90, Marcelo Pereira Surcin, o Marcelinho, passou também a ter o apelido de “Pé de Anjo”, por bater muito bem na bola, mesmo com os pés pequenos em relação a outros jogadores. O eterno camisa 7 do Corinthians começou no futebol, porém, em outro grande clube de massa, o Flamengo.

 

Com apenas 17 anos, Marcelinho estava no banco de reservas do time profissional do Flamengo e teve a difícil tarefa de substituir nada menos que Zico, que se machucou com apenas 11 minutos de jogo contra o Fluminense, em 1988. Ficou no rubro-negro até 1993. Em sua passagem por lá, conquistou a Copa do Brasil de 1990, o Campeonato Carioca de 1991 e o Campeonato Brasileiro de 1992.

 

Já em 1994, Marcelinho chegou ao Corinthians e logo se tornou peça-chave para grandes conquistas do clube alvinegro. Entre 94 e 97, ele teve sua primeira passagem e faturou um Campeonato Paulista e uma Copa do Brasil. Seu primeiro ciclo se encerrou com a venda do meia-atacante para o Valência (ESP), porém, Marcelinho não se adaptou por lá e logo voltou para o Timão. Em seu retorno, já em 1998, faturou mais dois Campeonatos Brasileiros (1998 e 1999), dois Campeonatos Paulistas (1999 e 2001), além do Mundial de Clubes da FIFA, em 2000, cuja final foi contra o Vasco, no Maracanã.

 

Marcelinho se envolveu em diversas polêmicas durante o tempo com a camisa corintiana. Em uma delas, conta-se que houve um desentendimento no vestiário, em que o meia colombiano Freddy Rincón chegou a partir para cima de Marcelinho para brigar, mas que os ânimos foram controlados pelos companheiros. Ainda se envolveu em outra polêmica com o seu ex-técnico, Vanderlei Luxemburgo, em que o acusou de levar mulheres para as concentrações de jogo.

 

Marcelinho, após o longo casamento com o Corinthians, ainda passou por outros clubes até encerrar a carreira. O meia vestiu a camisa do Santos, Gamba Osaka (JAP), Vasco, Al Nassr (Arábia Saudita), Ajaccio (França) e Brasiliense, até retornar ao Corinthians, no ano de 2006. Porém sua passagem foi curta e logo o técnico Emerson Leão o dispensou. Seu último clube como jogador profissional foi o Santo André.

 

Em seu pós-carreira como jogador, Marcelinho se aventurou por diversas áreas, desde gestor de futebol do América de Rio Preto, até lançar candidatura para vereador na cidade de São Paulo (por duas vezes) e deputado federal pelo mesmo estado, porém não foi eleito em nenhuma das oportunidades. Em 2016 voltou ao futebol no Clube Atlético Taboão da Serra, onde ocupou o posto de “técnico rotativo”. Nessa função, o ex-meia palestrava aos jogadores e também dava clínicas de futebol, ensinando lançamentos e cobranças de falta.

 

Em 12 de dezembro de 2017 formou-se em jornalismo pelas Faculdades Rio Branco, no bairro da Lapa, zona oeste da capital paulista. Atualmente, Marcelinho é comentarista do programa de rádio Arena Tropical, na Rádio Tropical FM de São Paulo, junto com Osmar Garraffa e Rafael Esgriles.

 

Paulo Nunes

Paulo Nunes brilhou em Grêmio e Palmeiras nos anos 90

Mais uma figura um tanto quanto polêmica foi o “Diabo Loiro”, Paulo Nunes. O apelido não foi conquistado à tôa, já que o jogador costumava infernizar as defesas adversárias com seu estilo técnico e, ao mesmo tempo, veloz. Por onde passou, Paulo Nunes costumou deixar saudades, exceto em um grande clube da capital paulista que também vamos mencionar aqui.

 

O atacante também começou a carreira no Flamengo, assim como Marcelinho, nas categorias de base. Mas o sucesso começou a aparecer já quando vestia a camisa do Grêmio, onde conquistou títulos sob o comando de Luiz Felipe Scolari, que iria reencontrar mais à frente, no Palmeiras. Mas antes de chegar ao alviverde, o “Diabo Loiro” ainda passou pelo futebol português, defendendo as cores do Benfica.

 

Na sequência, aí sim, Paulo Nunes desembarcou em São Paulo para jogar no Verdão, onde viveu um dos melhores momentos da carreira. Ele chegou a voltar ao Grêmio, até que foi sondado e contratado pelo Corinthians. Por conta de diversas provocações e brigas que permeavam a rivalidade entre alviverdes e alvinegros na década de 90, o clima nunca foi tranquilo para Paulo Nunes, que logo precisou deixar o Corinthians, por não corresponder.

 

Depois dessa passagem traumatizante, o “Diabo Loiro” ainda passou por clubes como o Gama, do Distrito Federal, além de Al Nasser, da Arábia Saudita, Seleção Brasileira e Mogi Mirim.

 

Em termos de títulos, Paulo conseguiu vencer uma boa quantidade, com a Copa do Brasil em 1997 e 1998. Venceu também o Campeonato Carioca em 1991, o Campeonato Brasileiro em 1992 e 1996, o Campeonato Gaúcho em 1995 e 1999, a Taça Libertadores em 1995 e 1999 e da Recopa em 1996. Paulo Nunes também faturou uma Copa América com a Seleção Brasileira, em 1997. Participou também do elenco vencedor da Copa Mercosul em 1998, e do Campeonato Paulista em 2001.

 

Quando terminou a carreira de jogador profissional, Paulo Nunes decidiu voltar para Goiânia, que é seu estado natal. Por lá passou a cuidar da carreira de outros atletas e abrir uma escolinha de futebol para crianças e jovens. Esse cargo foi ocupado por ele até chegar o momento de atuação como comentarista.

 

Hoje, Paulo Nunes atua como comentarista no Grupo Globo e ocupa a bancada do programa “Segue o Jogo”, que vai ao ar ao final da rodada de quarta-feira do futebol na TV aberta. Além disso, também são frequentes as participações em programas do canal fechado SporTV, também como comentarista.

 

Túlio Maravilha

 

Túlio Humberto Pereira da Costa ou, simplesmente, Túlio Maravilha, foi mais um dos grandes jogadores dos anos 90. Folclórico em suas declarações, sempre gostava de “cutucar” os principais adversários, nos quais se incluíam Romário e Renato Gaúcho, ambos que também aparecem em nossa lista.

 

Túlio teve grandes passagens por Goiás, onde começou a carreira profissional, pelo Botafogo onde viveu seu ápice e Corinthians, onde chegou a peso de ouro. Aos poucos foi se tornando um dos “andarilhos do futebol”, principalmente porque tinha em sua mente a busca do milésimo gol, para se aproximar dos feitos de Pelé e Romário.

 

Assim, após as passagens por Goiás, Botafogo e Corinthians, Túlio jogou no Vitória (1997) e Volta Redonda, Túlio defendeu também o Síon, da Suíça (logo após o Goiás, entre 1992 e 1993), o Fluminense (1999), Cruzeiro (1999), São Caetano (2000), Juventude, equipes da Arábia, Brasiliense, Vila Nova (GO) e Canedense (GO).

 

Ainda durante a carreira de futebolista, Túlio chegou a se aventurar na política, disputando e vencendo para vereador em Goiânia, no mesmo período em que atuava no Vila Nova, de Goiás. Para poder se dedicar à política, acabou se afastando um pouco mais do futebol nesse período. Inclusive, em 2010 ele tentou, naquela oportunidade, a eleição para deputado estadual, mas não conseguiu se eleger.

 

Em 2011, jogou pelo Bonsucesso Futebol Clube do Rio de Janeiro, onde ficou até o final do ano. Em 2012 assinou com o CSE-AL, ficando na equipe por pouco tempo. Enfim, os times foram muitos e segundo as contas do próprio artilheiro, seu gol 1000 veio quando jogava pelo Araxá, em 2014.

 

Túlio ainda se aventurou em mais alguns times e encerrou a carreira profissional pelo Clube Atlético Taboão da Serra, em 2016.

 

Túlio foi artilheiro do Brasileirão por três vezes (1989, 1994 e 1995) e com seus bons números também vestiu a camisa verde e amarela. Túlio Maravilha foi convocado para 14 partidas entre os anos 1991 e 1995. Na campanha do artilheiro pela seleção foram 10 vitórias, quatro empates e oito gols marcados (segundo o que foi informado no livro "Seleção Brasileira 90 anos", de Antonio Carlos Napoleão e Roberto Assaf).

 

Recentemente, já como ex-atleta, Túlio participou de Reality Shows da Record TV, como o “Power Couple”, com sua esposa, Cristiane Maravilha e também participou da 12ª edição de “A Fazenda”. Além das participações, Túlio também participa de comerciais e atua como comentarista esportivo.

 

Renato Gaúcho

 

O gaúcho mais carioca do Brasil tem nome e sobrenome, Renato Portaluppi. Como a grande maioria dos jogadores de ponta das décadas de 80 e 90, Renato possuía, além do dom da prática do futebol, a fala fácil, cheia de autoconfiança. Essa última, inclusive, foi uma das causas dele alcançar tudo o que pensou dentro do futebol.

 

Nascido em Guaporé (RS), Renato sempre teve o desejo de se tornar jogador de futebol e seus primeiros passos até se profissionalizar foram na cidade de Bento Gonçalves, onde iniciou no Esportivo. Depois de mostrar que tinha potencial, o Grêmio o contratou e Renato começou a construir sua história no Tricolor Gaúcho.

 

No Grêmio, venceu a Libertadores e o Mundial Interclubes de 1983, sendo o destaque da final contra o Hamburgo (ALE), em jogo disputado na cidade de Tóquio, no Japão. O ponta, que era de muita habilidade e bom finalizador ainda conseguiu vencer duas edições do Campeonato Gaúcho, em 1985 e 1986.

 

Em 87 começou a sua história em clubes cariocas, quando passou a integrar o grupo campeão do Flamengo na Copa União. A partir dali, Renato recebeu mais um apelido e se tornou o “Rei do Rio”, muito por conta da rápida adaptação aos campos e a vida boêmia das noites cariocas.

 

Em 88 teve uma breve passagem pela Roma (ITA), mas acabou não se adaptando e voltou ao Rio de Janeiro para o mesmo Flamengo, já no ano seguinte.

 

O ponta ficou no Flamengo até 1991, quando, por desgaste, acabou negociado com o Botafogo. Pelo Glorioso, Renato não chegou a brilhar e saiu com um vice diante do Flamengo no Brasileirão de 1992. Renato chegou também a jogar em Minas Gerais no Cruzeiro, onde teve papel importante em conquistas, e também no rival Atlético, em que não teve uma boa sequência de atuações.

 

Ao fim de 1994, Renato voltou ao Rio, mas agora para defender o Fluminense. Por lá, recuperou o bom futebol e, principalmente, voltou a ter papel de destaque com o famoso gol de barriga, na final do Campeonato Carioca de 1995. Assim, Portaluppi também passou a ser ídolo no Tricolor das Laranjeiras, ficando lá até 1997, quando voltou, mais uma vez, ao Flamengo.

 

Pouco antes de encerrar a carreira, Renato ainda chegou a vestir a camisa do Bangu, mas os problemas nos joelhos o impediram de seguir jogando como profissional e, dessa forma, optou por se retirar do futebol como jogador.

 

Na Seleção Brasileira, por conta de seu perfil, não participou da Copa do Mundo de 1986, já que o técnico Telê Santana não gostava do comportamento de Renato, principalmente fora de campo. Na Copa da Itália, em 1990, Portaluppi foi convocado, mas não chegou a se destacar no elenco eliminado pela Argentina de Caniggia e Maradona. Ao todo, Renato marcou 187 gols em 607 partidas como profissional.

 

Renato não conseguiu ficar longe dos gramados e se tornou treinador. Atualmente, ocupa o cargo de treinador do Grêmio, desde 2016 e, ainda que no ano de 2020 tenha vivido momentos de altos e baixos, sempre coloca o Tricolor Gaúcho na briga por títulos importantes. Portaluppi já venceu a Libertadores da América e disputou o mundial interclubes, ficando com a vice-colocação diante do Real Madrid, que, na época, ainda contava com o craque português Cristiano Ronaldo.

 

Claro que além dos nove aqui listados, os anos 90 guardam não só jogadores, mas times inteiros históricos, dessa forma, sempre vale buscar ainda mais conhecimento dessa época tão aclamada e divertida do futebol brasileiro. Aproveite para comentar quem também poderia estar nessa lista, pois, em breve, poderemos fazer uma nova, recheada com ainda mais craques e personagens emblemáticos.