
Já faz alguns anos que a economia brasileira está em recessão. O Produto Interno Bruto está crescendo a passos lentos e, pelo menos neste ano de 2019, os economistas já fizeram uma projeção de que ele crescerá apenas 1%, um dos mais tímidos crescimentos da América Latina.
Além disso, o nível de desemprego também atingiu patamares elevados. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no último trimestre deste ano, ao todo, 13,1 milhões de pessoas estão sem emprego no país. E a perspectiva de retomada do ritmo de crescimento ainda não é muito boa.
Diante deste cenário, quando sobra algum dinheirinho, as pessoas se perguntam se o melhor a fazer é quitar todas os débitos mais robustos ou se é melhor buscar algum retorno de investimento.
Você está reavaliando a sua vida financeira e quer saber o que é mais rentável? Levantamos algumas informações importantes para você.
Investir x quitar
Quando sobra algum dinheiro do seu planejamento ou quando você recebe uma quantia que não estava nos planos, como a restituição do imposto de renda, pode surgir a dúvida do que é melhor fazer: quitar as dívidas ou investir em algo, mesmo que o retorno seja mais tímido.
Nesta situação, não há muito o que pensar, certo? Os mais diversos consultores financeiros, das mais diferentes escolas, indicam que é melhor mesmo ficar sem qualquer débito no banco. Ou seja, entre pagar uma dívida e investir, é melhor quitar o débito.
Isto porque, muitas vezes, os juros são mais altos do que a rentabilidade dos investimentos. Ou seja, o que a pessoa ganha com o investimento, não cobre os juros de algumas dívidas, como o cheque especial e o cartão de crédito, por exemplo.
Índice de inadimplência no Brasil
Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o índice de inadimplência dos brasileiros está maior. Em pesquisa realizada em janeiro de 2019, o CNC revelou que 60,1% das famílias brasileiras tinham algum débito em aberto.
Além disso, 9,1% dos brasileiros entrevistados alegaram que não teriam como pagar as dívidas futuras e, por isso, continuariam inadimplentes.
As dívidas mais frequentes são com o cartão de crédito, o aluguel da casa ou apartamento e o financiamento imobiliário ou de carros.
A inadimplência é um dado importante
Embora pareça só mais um detalhe da crise econômica, o nível de inadimplemento de um país é importante fator que demonstra o comportamento das pessoas em momentos de recessão econômica.
Pensando o cenário nacional, por exemplo, quando há índices mais elevados, é possível deduzir que o brasileiro não consegue poupar o seu salário, seja porque o custo de vida está mais alto, seja porque nunca teve, efetivamente, esse hábito.
Além disso, a inadimplência impacta a economia. Os bancos, por exemplo, ficam mais receosos de conceder empréstimos e financiamentos. O mesmo acontece com as lojas que também parcelam em menos vezes, além de cobrar mais juros no parcelamento, por exemplo.
Quais dívidas quitar primeiro
Se tiver um dinheiro em mãos, é muito importante que você quite as dívidas mais pesadas, especialmente as do cheque especial e as do cartão de créditos. É que eles têm as taxas mais altas de juros.
É por isso que muitos especialistas dizem que, quando a dívida é mais antiga, o débito original já foi até saldado, mas resta ainda o pagamento dos juros, que, como são cumulativos, vão gerando uma enorme bola de neve.
Juros do cheque especial
O juros do cheque especial, por exemplo, chega a 12,78% ao mês. Vamos dizer, por exemplo, que uma pessoa tenha usado R$ 50 do limite do especial. No mês seguinte, ela vai ter uma conta de R$ 56,39. Se ela não conseguir pagar o débito, então, será cobrado mais juros e assim sucessivamente. Ao fim de um ano, a pessoa pode pagar até 323,31% só de juros.
Juros do cartão de crédito
O cartão de crédito rotativo tem juros mensais de 12,21%. Se a pessoa não consegue pagar a quantia total do cartão, no mês seguinte, incide juros de 12,21% em cima do que ela não pagou, sem contar as novas parcelas que chegam do cartão. Ao fim de um ano, isso pode gerar até 298,57% só de juros.
Por isso, se tiver um dinheiro extra no fim do mês, não pense duas vezes e quite as dívidas que você tiver.