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Prefeitura irá desassorear Lago Azul e usará material para canalizar córregos; investimento será de R$ 25 milhões

Ação ambiental facilitará fluxo natural de alimentação e reprodução dos peixes, além de liberar o tráfego de embarcações na região da Ponte Anjo Gabriel.

Região do Rio Lontra é impactada pelo assoreamento das encostas dos córregos Baixa Funda e Tiúba desde 2005.
Foto: Marcos Sandes/Ascom

Cerca de 70% do solo na área urbana de Araguaína tem formações por arenitos, um tipo de rocha que se fragmenta com maior facilidade, principalmente no leste da cidade, onde estão os córregos Baixa Funda e Tiúba. Potencializado pelas enxurradas que caem nos cursos d'água, desde 2005 a região vem sofrendo com assoreamento das encostas, que vai parar na foz, no Lago Azul do Rio Lontra. Neste final de ano, a Prefeitura garantiu R$ 25 milhões em recursos e R$ 19,7 milhões já estão empenhados para a recuperação ambiental da região já em 2022.

De acordo com a secretária do Meio Ambiente, Fernanda Ribeiro, as obras vão beneficiar a natureza de todo o lago.  “Quando você cria uma barreira não natural, impedindo o curso, acaba afetando no ciclo de vida das espécies aquáticas que utilizam o fluxo natural do rio para os processos de reprodução, além de impactar seus ciclos alimentares”, afirmou.

Outra melhoria será na liberação do tráfego de embarcações na passagem da Ponte Anjo Gabriel, no Setor Lago Sul. O fluxo entre a região das chácaras e a represa valorizará a economia local e é uma iniciativa que faz parte do Complexo de Turismo e Negócios da Via Lago. Além disso, as APPs (Áreas de Preservação Permanente) degradadas serão recuperadas pela Prefeitura com o plantio de mudas de espécies nativas.
 

Problema antigo


Segundo levantamento com imagens de satélite, a região sempre foi impactada por receber a enxurrada dos setores acima, como Bairro São João e Coimbra, e outros quatro que estão no percurso dos córregos Tiúba e Baixa Funda: Tiúba, Palmas, Itaipu e Residencial Camargo. A partir de 2005, o assoreamento do extinto “buracão da Avenida Filadélfia” começou a surgir e se agravou com o rompimento das encostas em 2011. Nas proximidades, o Córrego Cará já foi canalizado.
 

Desenvolvimento sustentável


Parte dessa areia levada pela água até o Rio Lontra será reintegrada na região para canalização total dos córregos e fim do assoreamento. Além disso, as obras irão proporcionar o surgimento de uma avenida como a Marginal Neblina, ao longo da canalização do Córrego Baixa Funda. A via contará com infraestrutura completa, como calçadas, iluminação, arborização e sinalização.
 
Vale ressaltar ainda que a recuperação conjunta dos dois cursos de água contribuiu para a eficiência das obras. “Quando você precisa de aterro, é preciso tirar de uma jazida há 10 km ou mais, e ali a distância será menor, de 3 km. Isso trará uma grande economia de recursos, e sem precisar buscar material de longe vamos deixar de impactar ambientalmente uma outra região”, explicou o secretário do Planejamento, Frederico Prado.
 

Recurso


A recuperação será possível com uma emenda do senador Eduardo Gomes, que destinou R$ 3 milhões para início do desassoreamento do Rio Lontra. O recurso está empenhado e o Município está realizando processos administrativos para assinatura do convênio. A Prefeitura já captou R$ 25 milhões para obra nos córregos, também emenda do senador, e estão empenhados mais R$ 11,2 milhões e quase R$ 5,5 milhões, respectivamente, dos deputados federais Tiago Dimas e Dorinha Rezende.