Em coletiva na manhã desta quarta-feira (31) em Araguaína, os delegados da Polícia Federal explicaram que a organização criminosa chegou a movimentar R$ 10 mil reais por semana com fraude através da internet. Três pessoas foram presas em cumprimento a mandado de prisão preventiva.
Os delegados Allan Reis e Orlando Neves, responsáveis pela Operação Cracker, explicaram que a investigação iniciou ainda no final do passado. Conforme denúncia anônima, pessoas de Araguaína estariam comprando eletro-eletrônicos, principalmente celulares, em grandes lojas virtuais, mas não estariam recebendo as mercadorias em casas.
"O denunciante afirmou que a mercadoria que ele comprou estava sendo recebida em outro endereço" disse o delegado Orlando. O denunciante também disse que seus dados bancários haviam sido usados indevidamente. A PF fez vigilância e descobriu que se tratava realmente de uma quadrilha que praticava esse tipo de crime pela internet.
Segundo o delegado Allan Reis, com o apoio dos Correios foi possível fazer o rastreamento de algumas entregas. "A gente percebeu que havia algumas residências em Araguaína que estava havendo uma entrega muito volumosa de celulares". Foi feito vigilância e levantamento social e patrimonial dos possíveis envolvidos, sendo feita a prisão em flagrante de duas pessoas.
A partir daí foi feita a análise tanto de celulares quanto de computadores dos suspeitos presos. A polícia identificou nos aparelhos aplicativos maliciosos, invasão de contas bancárias e clonagem de páginas de lojas virtuais.
Captação de dadosSegundo as investigações, o grupo contava com um programador e atuava pelo menos de duas formas. Uma com a criação de aplicativos maliciosos, encaminhados a diversas pessoas. A partir do aplicativo, os fraudadores captavam dados cadastrais e bancários de terceiros. De posse dos dados, "o grupo comete furto qualificado, tanto invadindo contas bancárias ou realizando comercialização de produtos ilegalmente" explicou Reis.
Outra forma de captar os dados dos usuários era através de anúncios no Facebook de grandes lojas virtuais. Ao clicar no falso anúncio, o usuário era direcionado a uma página clonada de loja virtual.
"Era o meio que eles obtinham dados cadastrais e realizavam compras de celulares que eram entregues em casas de laranjas e depois eram repassadas aos fraudadores" afirmou o delegado Reis.
Movimentação financeiraDe acordo com a PF, o número de invasão de dispositivos é inestimado. Conforme as investigações, a quadrilha movimentava cerca de R$ 10 mil com a venda desses equipamentos desviados.
Os investigados, na medida de suas participações, responderão pelos crimes de furto mediante fraude, organização criminosa e lavagem de dinheiro, cujas penas somadas ultrapassam oito.
A polícia informou que as investigações continuam, com análise do apreendido, depoimentos de interrogatórios realizados para aprofundar as investigações.
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