Segundo presidente do Sindiposto-TO, 44% do valor pago na gasolina é carga tributária
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O consumidor que abastece seu carro e vê na televisão as notícias de reajuste do preço da gasolina, para mais ou para menos, nem sempre entende como é, na prática, a composição do custo do litro que envolve a cadeia do combustível. 

Segundo o presidente do Sindicato dos Revendedores de Combustíveis do Estado do Tocantins (Sindiposto-TO), Wilber Filho, o preço final é composto por quatro variantes: realização do produtor ou importador, custo do etanol anidro, tributos (ICMS, PIS/Pasep e Cofins, e CIDE) e margens de distribuição e revenda.

"Tem alguns fatores que são determinantes no valor do combustível. Se há alta nas refinarias, há alta nos preços. O que muitos consumidores não sabem é que o mercado tem variáveis a serem levadas em conta na formação do preço, tais como: impostos federais e estaduais, margens de lucro, preço do barril de petróleo no mercado internacional e a variação cambial", explica. 

No caso da gasolina tudo começa pelo compra do produto puro (gasolina tipo A), vindo diretamente das refinarias. Já nas distribuidoras há a adição de etanol anidro na quantidade de 27%, formando o produto final que é a gasolina tipo C. A mesma que é encontrada nos postos de combustíveis de todo Brasil. 

De maneira geral, o preço da gasolina comum para os consumidores é formado pela seguinte proporção: 44% de carga tributária (CIDE, ICMS, PIS/PASEP e CONFINS) e os outros 56% correspondem à realização da Petrobras, transporte e margens, tanto das distribuidoras, quanto da revenda. 

“Se o combustível hoje custa em média na praça R$4,39 significa dizer que R$1,93 é só de impostos e todo outro restante (R$2,46) está o custo do combustível, do etanol anidro, margens de lucro das distribuidoras e postos, além do transporte. Se pagássemos a mesma carga tributária que um americano normalmente paga na gasolina, teríamos o produto com um valor aproximadamente a R$3,20 nas nossas bombas no Estado afora”.

Ainda segundo o presidente do Sindiposto-TO, desmistificar a composição do preço dos combustíveis com o objetivo de ajudar a população entender sobre o produto que ela está pagando, é também um dos papéis da entidade.

"O Sindicato não gerencia preço. A decisão é do proprietário do posto e as empresas são livres para determinarem o valor como acharem melhor. Mas é importante as pessoas saberem que a partir do momento que elas colocam combustível no veículo, grande parte do valor que ela está pagando é a carga tributária”. 

Petrobras

Em 2017, a Petrobras anunciou uma mudança na política de preços dos combustíveis nas refinarias. Desde então, os preços da gasolina e do diesel estão sendo alterados, às vezes, de um dia para o outro. O intuito da Companhia é repassar com maior frequência as flutuações do câmbio, do petróleo e, com isso, permitir 'maior aderência dos preços do mercado doméstico ao mercado internacional no curto prazo', dando condições de competir 'de maneira mais ágil e eficiente'.