No papel, Lúcio Almeida Filho, morador da pacata cidade de Pau D’arco no Tocantins, é um mega empresário, sócio de umas 12 empresas. A movimentação delas supera as cifras de milhões, vindo boa parte de dinheiro público, mas especificamente de emendas parlamentares.

Ao saber da história, imaginei um homem de terno, gravata e com roupas de marcas. E que vivia viajando para os mais belos pontos turísticos do mundo, usufruindo assim do patrimônio construído. Mas eu estava completamente enganado e descobri, que a priori, a bem sucedida vida de Lúcio é ‘Fake News’.

Na realidade, a vida de Lúcio Almeida é bem oposta à imagem que formulei sobre ele.  Anda na pacata cidade de short, camiseta e chinelo de dedo. Além de analfabeto, ele mora num humilde casebre de madeira.

Até então levava uma vida simples e quase anônima.  Mas até onde se sabe ele não é franciscano, adepto do voto de pobreza, e não dá a mínima para o capitalismo.

Pelo contrário, Lúcio rala muito trabalhando como chapa: carregar e descarregar carga de caminhão. Tudo para ganhar o pão de cada dia, embora no papel seja um milionário e mega empresário bem sucedido.  Segundo a PC, o nome dele foi utilizado indevidamente por um esquema para desviar dinheiro de emendas parlamentares.

A Operação Ongs de Papel, deflagrada pela PC, aponta que empresas de fachadas recebiam dinheiro de emendas parlamentares do Tocantins para promover eventos com valores superfaturados.

Lúcio Almeida seria um dos laranjas, que sequer sabia da existência do esquema e assegura nunca ter recebido um tostão das empresas. A estimativa é que o esquema desviou R$ 30 milhões através de emendas parlamentares.