O prefeito Ronaldo Dimas (PR) desistiu da disputa ao Governo do Tocantins nesta eleição de 2018. A informação foi repassada primeiramente aos vereadores de Araguaína na noite desta segunda-feira, 3.  Kátia Abreu (PDT) e Carlos Amastha (PSB) anunciaram que vão para a disputa.

Para justificar a decisão, Ronaldo apontou a insegurança jurídica para concorrer ao pleito. Com isso, o prefeito de Araguaína adia o sonho de ser governador.

"Com a insegurança jurídica criada e a insegurança partidária já criada e antecipada há alguns dias pelo presidente do partido [senador Vicentinho], nós desistimos não participar das eleições ao Governo. Vamos concluir os trabalhos em Araguaína  e vamos preparar o projeto para 2022. " Justificou Ronaldo ao Portal AF Notícias.

Dimas agradeceu a todos os prefeitos, líderes e população em geral que o respaldaram, até agora, no plano inicial de disputar a eleição de outubro. "Sempre tivemos uma pré-candidatura muito bem colocada. Logo no primeiro mês, ficamos entre a primeira e a segunda colocação, e sempre com o nosso prestígio subindo a cada sondagem. Só tenho a agradecer a todas estas pessoas que confiram em mim e na nossa proposta", salientou.

Dimas destacou que não ficará de fora dos debates de outubro. "Com certeza alguém, entre os outros candidatos, vai conseguir apresentar propostas sérias para recuperação do Estado e de uma política ética, de bom relacionamento com todos, mas primando por resultados que possam tirar o Tocantins da crise", resumiu.

Ronaldo também lamentou a resolução do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) aprovada nesta terça-feira.  Esta, por sua vez, tira da disputa os principais interessados na eleição suplementar a ser realizada em 3 de junho. Em tese, Kátia Abreu, Dulce Miranda, Amastha e o próprio Dimas ficam de fora da disputa.

"Excluir os principais candidatos fere o princípio básico da democracia. Provavelmente, o eleitor será obrigado a escolher pessoas que, incialmente, não eram de suas preferências, o que não está correto", ressaltou Dimas.

Ronaldo foi lançado como pré-candidato a Governo em 4 de dezembro. Na época, o PR fez um grande evento para anunciar o projeto do prefeito de Araguaína rumo ao Palácio Araguaia.  Dimas tirou um mês de licença para percorrer as cidades do Tocantins e apresentar suas propostas.

Entretanto,  no mês de março, o braço direito de Ronaldo, o presidente da Câmara,  Marcus Marcelo, jogou um balde de água fria no projeto ao se posicionar contrário. Para Marcus, não valia a pena Ronaldo fazer  o "sacrifício" e renunciar sem antes ter a garantia de apoio dos partidos.

A decisão de Ronaldo aconteceu após as reviravoltas que abalou a política do Tocantins.  No último dia 23 o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassou o mandato do Governador Marcelo Miranda (MDB).  Já nesta segunda-feira (2) Kátia Abreu se filiou ao PDT e reiterou que vai disputar o Governo do Estado. Também nesta manhã de terça-feira (3) o prefeito de Palmas, Carlos Amastha, renunciou ao cargo para disputar o Palácio Araguaia. Já Dimas precisava renunciar até dia 7, caso fosse disputar a eleição.