Fernando Almeida

Em Araguaína, o volta às aulas de 2014 traz problemas arrastados de 2013 e surpresas para pais, alunos e educadores. Sem falar nos 100 professores que estão há sete meses sem receber do Estado, uma escola foi fechada e outras duas municipalizadas. Com a mudança, cerca de 930 alunos foram obrigados a migrar da rede estadual de ensino para a municipal. 

Uma medida do Governo do Estado, através da Seduc, afetou diretamente cerca de 930 estudantes em Araguaína.  Em duas escolas estaduais, Joaquim de Brito Paranaguá com 350 alunos e Escola Estadual Moderna com 180, a Secretaria Estadual de Educação (Sedcuc) fechou o Ensino Fundamental I (do 1º ao 5º ano) e jogou a responsabilidade para a Secretaria Municipal de Educação (Semed), alegando estar cumprindo o previsto na LEB/96.

Escola fechada

Já a escola Batista Margarida Lemos, conveniada, cerca de 400 alunos foi interditada pelo Corpo de Bombeiros ainda no final do primeiro semestre de 2013.  Uma obra de reforma chegou a ser prometida, mas sem o apoio do Governo a unidade de ensino teve que fechar as portas em 2014.   Após o fechamento, os alunos tiveram que procurar vagas nas unidades escolares da rede municipal e estadual, segundo a Seduc.

Incerteza entre professores

Ao Araguaína Notícias, um professor da rede estadual de ensino, que preferiu não ser identificado por medo de perseguição, afirmou que há um clima de incerteza entre os profissionais da educação afetados pela medida.  Segundo ele, com o fechamento das duas escolas, os professores até o momento ainda não tem um local definido e nem a certeza que terá carga horária. Já a Seduc, em nota, assegurou que estes servidores serão lotados em outras unidades de ensino da rede estadual, em Araguaína, mantendo-se a carga horária anterior.

Mudanças

Em relação aos estudantes das escolas municipalizadas, a Seduc informou por meio de nota que os alunos da escola Joaquim Brito Paranaguá, do 6º ao 9º ano, serão remanejados para uma unidade escolar mais próxima de sua residência, já os da escola estadual Moderna, do 1º ao 5º ano, continuarão na mesma unidade escolar, só que com administração da rede municipal de ensino.

Nova demanda do Município

Questionado pela reportagem se a municipalização das referidas escolas não sobrecarregaria a rede municipal de ensino, o titular da Secretária Municipal de Educação (Semed), Jorciley Oliveira, disse que o município está preparado e ainda considera um ganho.  Na matemática de Oliveira, o município ganha a medida que  Estado devolve ao município os  dois prédios e equipamentos. Segundo a Semed, para atender a nova demanda serão necessários 16 professores com carga horária de 40 horas, 04 coordenadores e 02 diretores. Ainda informou ainda que o município está preparado e servidores da rede municipal serão remanejados.