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Funcionários do Hospital Regional de Dianópolis tiveram de usar um pote de plástico adaptado como um capacete de oxigênio para atender a um recém-nascido prematuro, no dia 20, porque não havia na hora o equipamento apropriado para o serviço, chamado de Hood. O caso, que repercutiu nas redes sociais do Estado, foi parar no site do jornal Folha de S.Paulo na tarde sexta-feira, 26.
De acordo com o jornal, nascido durante a madrugada do dia 20, em casa, em Ponte Alta do Bom Jesus, o bebê foi levado de ambulância para Dianópolis e deu entrada no hospital regional da cidade com problemas respiratórios.
Ainda conforme o jornal, funcionários do hospital que pediram para não ser identificados dizem que a instituição não tinha capacetes acrílicos de oxigênio. Já a Secretaria da Saúde do Tocantins afirma que os equipamentos estavam sendo usados em outras emergências.
Por isso, de acordo com a pasta, a equipe teve de "realizar uma manobra" para manter a criança viva até a chegada da UTI móvel para fazer sua transferência para outra unidade de saúde.
A secretaria informou à Folha de S.Paulo que solicitou mais nove peças para o hospital, que devem ser entregues na próxima semana. Os funcionários dizem, no entanto, que os equipamentos chegaram apenas após o episódio.
O capacete improvisado foi feito com um recipiente que armazena material humano para análises clínicas. Os funcionários cortaram os fundos do pote e cobriram as bordas com esparadrapo.
Ainda no dia 20, o bebê foi levado para o Hospital e Maternidade Dona Regina, em Palmas, e passa bem, segundo familiares de Taiara Gomes Cardoso, 24, mãe da criança.
O pai de Taiara, o motorista Antônio Cardoso, disse ao jornal que a filha não fez acompanhamento pré-natal em Ponte Alta do Bom Jesus porque estava escondendo a gravidez da família. A cidade, de 4.652 habitantes, possui apenas três médicos em um posto de atendimento. Casos complexos são transferidos para Dianópolis.
Culpa a administração do hospital
O enfermeiro Tiago Ávila gravou um depoimento para o site Tocantins 24 Horas, em que culpa a administração do Hospital Regional de Dianópolis, onde trabalha, pela falta do capacete de acrílico, chamado de Hood. "Uma falta de responsabilidade do hospital ter deixado faltar esse capacete de acrílico", criticou.
Para ele, "a prova real da incompetência" da administração é que logo após a repercussão do caso na imprensa, "no outro dia já havia um capacidade de Hood no hospital". "Significa que eles não estavam se importando se estava em falta ou se não estava", afirmou Ávila, que não estava, contudo, no dia da ocorrência.
O CT tentou contato com a Sesau, mas pelo horário do fechamento da matéria os telefones deram na caixa de mensagens.