Quatro outdoors foram instalados na capital Palmas

O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Palmas- SISEMP-instalou esta semana quatro outdoors na capital para cobrar da gestão a efetivação do Plano de Cargos Carreira e Salário (PCCRs). "Progressões três anos atrasadas.  Amastha deu o calote. A Cintia pegou o rebote", diz a mensagem.

Calote e Rebote

O presidente do Sindicato, Heguel Albuquerque, explicou o significado da expressão.  "Na verdade é uma resposta pública também de que o ex-prefeito [Carlos Amastha] deixou uma situação complicada para o servidor público.  Apesar de não trazer isso em sua fala como candidato [a governador]. (...) Também é uma provocação para [Cintia Ribeiro] que o silêncio não é bom. Daí, a questão do rebote: quem cala, consente".

De acordo com o Sindicato, que representa cerca de 9 mil servidores da prefeitura de Palmas, as progressões estão há 36 meses em atraso.  Isso porque, conforme a entidade, o problema começou no segundo semestre de 2016 da gestão de Amastha. Heguel disse que no início Amastha dialogava, mas com o aumento do atraso e das cobranças, ele "sumiu".

"A princípio, quando essas dívidas ainda não tinham se acumulado, tudo era mais tranquilo. O diálogo fluía mais. (...) A medida que essas dívidas começaram a aumentar, o nível de cobrança (...) começou a aumentar proporcionalmente a essas pendências. Então, o que acontece? A gestão começou a fechar as portas. (..). Ele sumiu e fechou as mesas de negociações."  Pontuou.

Bola de neve

Amastha deixou o governo em abril deste ano para ser candidato a governador, a vice-Cintia Ribeiro assumiu e  o impasse persistiu.  "Nós nunca nem sentamos com a prefeita. Desde que ela tomou posse.  (...)  Ele [Amastha] deu calote, e até então não tem nenhum posicionamento [de Cintia]. A gente está entendendo  que pode se emergir um novo calote. Que é o que a gente não espera." Afirmou  Heguel.

Para o Sindicalista, como há atrasos de três anos nas progressões e a prefeitura não formaliza a negociação, a situação fica ainda mais complicada. "A cada mês que passa, nós temos mais servidores com direito a progressão. (...) Essas dívidas tendem a aumentar e o efeito bola de neve continua. .(...) Espero que a prefeita tome atitude, nos chame para dialogar e dê uma resposta ao servidor público." Cobra o representante dos servidores.

Outro lado

A reportagem procurou a Assessoria de Campanha de Amastha, mas até a publicação da matéria não recebeu nenhuma resposta.  Já a prefeitura  de Palmas disse em nota reconhecer a  legitimidade das reivindicações,  respeita o direito à livre manifestação e frisou que  pagamento das progressões dos servidores deve ser inserido no orçamento de 2019.

Nota da Prefeitura de Palmas

A gestão municipal reconhece a legitimidade das reivindicações colocadas pela representação dos servidores públicos municipais e respeita o direito à livre manifestação. Por outro lado, também tem conhecimento do passivo trabalhista acumulado que necessita ser atualizado, como forma de valorização dos servidores, reconhecimento de seus méritos e dedicação, bem como a preservação do poder de compra desse importante segmento social e econômico. Há que se reconhecer que Palmas enfrenta a mesma crise financeira decorrente de uma economia estagnada, que afeta os governos federal, estaduais e municipais de todo o Brasil, e que trouxe como resultado um déficit de receitas e que atingiu a todos os poderes constituídos. A Prefeitura de Palmas informa ainda que, em reunião com o Sindicato do Servidores Municipais de Palmas (Sisemp), ficou acordado de a gestão apresentar o levantamento de impacto financeiro e orçamentário, por meio de relatório previsto para ser finalizado na próxima semana. Com isso, o pagamento das progressões dos servidores deve ser inserido no orçamento de 2019.