
A empresária e jornalista Graziela Guardiola foi ouvida na tarde desta quarta-feira (23) pelo Corpo de Bombeiros do Tocantins, em Palmas. A profissional foi intimada para depor no Inquérito Policial Militar (IPM) aberto após uma pesquisa em outubro de 2018 apontar denúncias de assédio moral e sexual na Corporação.
Entretanto, Graziela não fez a pesquisa e nem promoveu o I Seminário sobre Saúde Mental dos Profissionais das Forças de Segurança do Tocantins. O evento foi realizado na sede da OAB em Palmas e na oportunidade foi divulgado o resultado da consulta realizada.
A presidente do Sindjor, Alessandra Bacelar, explicou que a profissional foi apenas contratada para prestar serviço no dia do evento. "A Jornalista, com a empresa, foi contratada para uma prestação de serviço. Para divulgar uma ação acerca de um evento. E o evento incluía, inclusive, a divulgação de notícias."
Graziela prestou o depoimento acompanhada da advogada do Sindicato dos Jornalistas do Tocantins (Sindjor), Verônica Salustiano e afirmou ser uma surpresa e questionou o porquê de o Corpo de Bombeiros não investigar as denúncias de assédio.
--Foi a primeira vez na minha vida que fui intimada. Fiquei extremamente decepcionada diante do fato do IPM que me intimou não estar investigando os casos de abuso sexual e moral e sim a conduta das instituições que realizaram a pesquisa e o seminário. Disse a jornalista.
Já a advogada Verônica Salustiano frisou que o Sindicato atua para garantir a liberdade de imprensa e acompanhou Graziela com objetivo de resguardar o sigilo da fonte, previsto na Constituição Federal
--O Sindjor tem como papel a defesa do trabalho do jornalista e da liberdade de imprensa. Nossa função durante o depoimento foi de atuar visando a garantia desses direitos e também o de sigilo da fonte, direto Constitucional que guarnece não só o profissional jornalista como também a sociedade. Afirmou a advogada Verônica.
A presidente Alessandra Bacelar reiterou que o Sindjor está à disposição dos jornalistas, na defesa da liberdade de imprensa e demonstrou preocupação com o ocorrido com Graziela. "
--Se toda vez que a gente divulgar notícia, a gente for intimada para prestar esclarecimentos, é um tanto complicado. Porque aí a gente não pode mais trabalhar. Fica muito limitada a nossa atuação. (...) Pra gente, essa situação é uma novidade. (...) Qualquer fato que ameace a nossa liberdade de trabalho, o Sindicato vai estar acompanhando e tomará todas as medidas possíveis. Frisou Bacelar.