“Obrigada mesmo por esse apoio, a gente precisa mesmo do trabalho de vocês. Nem todas as mães têm condição de pagar no particular, porque a gente sabe que o tratamento é muito caro. Então, assim, de verdade, continuem fazendo esse trabalho maravilhoso que vocês estão fazendo com nossas crianças”.
 
Alexandra de Sousa Lima dos Santos, 26 anos, é mãe do Emanuel, de cinco anos, diagnosticado com TEA (Transtorno do Espectro Autista) grau um, e fez questão de agradecer publicamente a equipe da Clínica Escola Mundo Autista (Cema) de Araguaína durante o “Café com as Mães Atípicas”, promovido pela Secretaria Especial da Mulher e a Cema em homenagem ao Dia das Mães, nesta quinta, 9 de maio.
 
Alexandra conta que o diagnóstico veio quando Emanuel tinha quase três anos. O primeiro atendimento foi em uma clínica particular e logo depois ele foi encaminhado para a Mundo Autista, onde recebe atendimento há dois anos.
 
“O Emanuel ama os terapeutas daqui. Vem todo feliz quando é o dia da terapia com o tio Gabriel, com a tia Jaciene. Eu só tenho a agradecer mesmo por essa oportunidade que meu filho tem de estar fazendo o tratamento aqui”, conta Alexandra. 
 

Ampliação do serviço
 

No evento, o prefeito Wagner Rodrigues reforçou para as mães presentes e servidores da Cema que o Município está trabalhando diuturnamente na busca por recursos que vão permitir a construção de uma nova e maior sede para a clínica.
 
“Estamos com o projeto pronto e já com uma proposta de ajuda da senadora Dorinha. Também vamos buscar outros parlamentares porque, por ter um valor alto, a gente precisa ter mais de um apoio para a gente construir um novo prédio. Nós queremos partir dos atuais 70 servidores para 150 trabalhando na clínica e assim termos condições de acolher cada vez mais crianças”, afirmou Wagner.
 
Conforme o projeto, a nova Clínica Mundo Autista deverá ser construída próxima ao CER IV (Centro Especializado em Reabilitação) para que os serviços sejam integrados e ampliados para a população. Na mesma área, a Prefeitura de Araguaína também tem o projeto de criar o serviço de equoterapia para auxiliar nos atendimentos às reabilitações físicas e intelectuais. 
 

Uma mãe, dois corações
 

A secretária especial da Mulher, Ângela Maria Silva, destacou que, quando uma mãe recebe o diagnóstico de autismo do filho ou da filha, uma nova fase se inicia na vida dela. As mães atípicas enfrentam outros desafios e precisam ser acolhidas de forma diferenciada.
 
“As mães vivem a história dos seus filhos, desde o nascimento até o casamento, até se tornarem avós, e a gente vê que essas mães guardam com elas uma ansiedade, uma necessidade para que seus filhos tenham um acolhimento do jeito que elas acham que eles merecem. Nós queremos chegar até o coração e a mente dessas mães com ações desse tipo para que elas saibam que nunca estarão sozinhas e para que tenham cada vez mais força na criação dos seus filhos”, pontuou a secretária. 
 

Acolhimento para as mães
 
 

“Nós temos aproximadamente 600 alunos sendo atendidos aqui na instituição e quase 100% dessas crianças vêm para cá acompanhadas das mães. Muitas delas,  depois do diagnóstico, se veem sozinhas, se veem abandonando os seus trabalhos e a sua vida pessoal para cuidar dos seus filhos. Por isso também temos a missão de fortalecer esse vínculo, não só com a criança, mas com a família, com a mãe”, informou Glauciana Valadares, diretora da Clínica Mundo Autista.
 
Para proporcionar esse acolhimento, desde 2023, a Cema oferece o serviço de Orientação Parental, uma atividade destinada para os pais, principalmente para as mães, enquanto a criança está sendo atendida por um terapeuta. A mãe recebe o atendimento de uma psicanalista, que faz o trabalho de escuta ativa, acolhimento e ajuda para as famílias a lidarem com os comportamentos desafiadores do TEA. 
 

Clínica Escola Mundo Autista de Araguaína
 

Criada em 2016, a Cema é mantida 100% com recursos da Prefeitura de Araguaína e realiza cerca de 1.500 atendimentos por semana. Os usuários recebem suporte educacional personalizado por meio de terapias conduzidas por mais de 33 profissionais de áreas diversas, incluindo Psicologia, Pedagogia, Psicopedagogia, Arteterapia, Musicoterapia, Fisioterapia, Terapia Ocupacional, Nutrição e Educação Física, além das consultas médicas, de fonoaudiologia e odontologia.
 
“Hoje eu sinto segurança, sabe? Eu me sinto mais segura, porque eu sei que eu estou fazendo algo pelo meu filho, trazendo ele aqui, eu sinto que ele vai ter a vida dele, entendeu? Se a gente não tivesse a clínica, ia ser tudo muito mais difícil. Nós e a clínica estamos lutando todos os dias para dar um futuro para o meu filho. Eu me sinto segura com a clínica, sinto que não estamos sozinhos”, concluiu Alexandra, mãe do Emanuel.