Brigadistas do Sindicato Rural em ação no combate a incêndio em área rural de Araguaína.
Foto: PORTAL SRA

Com a chegada do período mais seco do ano e o aumento das temperaturas, o Sindicato Rural de Araguaína (SRA) emitiu um alerta aos produtores sobre o risco elevado de queimadas na região. Além do aviso, a entidade reforça a importância da prevenção e da colaboração entre produtores, brigadistas e Corpo de Bombeiros. 

Desde 2023, o Sindicato mantém uma brigada de combate a incêndios equipada com bombas costais, abafadores, sopradores e caminhões-pipa para transporte de água. Os equipamentos estão disponíveis para uso emergencial, mediante solicitação dos produtores. 

Em parceria com o Sistema Faet/Senar, também são promovidos cursos de formação de brigadistas rurais, capacitando trabalhadores e produtores para agir de forma técnica e segura no combate e na prevenção de incêndios florestais e queimadas acidentais. 

O presidente do Sindicato Rural de Araguaína, Wagner Borges, destacou a relevância da iniciativa. 

“A brigada foi de extrema importância para todos os produtores em 2024. Não houve um único dia em que ela não estivesse atuando. Ficamos muito felizes em ter esse suporte, que é fruto de parcerias e apoio de lideranças. Temos certeza de que esse modelo pode e deve ser implantado em outros sindicatos e prefeituras, pois os equipamentos ficam à disposição de quem precisa. 

O produtor rural e seus colaboradores conhecem o território e ajudam os bombeiros no combate às chamas. Fizemos diversos cursos em parceria com o Senar e o Corpo de Bombeiros. A prevenção é fundamental, assim como a manutenção das redes elétricas para evitar incidentes.” 

Impacto dos incêndios 

Em 2024, diversas propriedades rurais da região foram atingidas por incêndios de grandes proporções, exigindo uma força-tarefa conjunta entre Sindicato, Corpo de Bombeiros e produtores. Um desses casos foi o do produtor Paulo Sérgio Takahagassi, que perdeu cerca de 180 alqueires de sua fazenda para as chamas. 

O fogo começou no dia 6 de setembro, a partir de um assentamento próximo e de uma rede elétrica da Energisa que não recebeu manutenção. Fizemos de tudo para conter, mas o clima seco e a mata densa tornaram o incêndio incontrolável. Conseguimos salvar parte do rebanho retirando o gado das áreas de risco, mas os prejuízos foram enormes. 

O trauma de ver anos de trabalho destruídos em poucas horas é devastador. Além da perda imediata, vem a dificuldade de alimentar o gado, já que todos na região também sofrem com falta de pasto e superlotação. Muitas vezes, somos obrigados a vender o gado por preços baixos para reduzir o prejuízo. Mesmo quase um ano depois, ainda estamos arcando com despesas para recuperar a fazenda. A preocupação agora é redobrada, pois o período crítico se aproxima novamente.” 

Orientações 

O Corpo de Bombeiros alerta que, devido às altas temperaturas, à baixa umidade e aos ventos fortes, uma portaria publicada em 20 de julho e válida até 30 de outubro proíbe qualquer tipo de queimada, incluindo limpeza de terrenos, queima de entulho ou lixo. A corporação orienta ainda que a população evite descartar bitucas de cigarro e realize manutenção preventiva nas propriedades. 

Dados de monitoramento por satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados pelo Programa Queimadas, apontam que, entre 1º de janeiro e 17 de agosto de 2025, o Tocantins registrou 4.530 focos de incêndio. Foram 1.375 focos somente no mês de julho. 

O Sindicato Rural orienta os produtores a: 

  • Manter aceiros limpos; 
  • Monitorar constantemente as áreas; 
  • Comunicar imediatamente qualquer foco de incêndio. 

Em caso de emergência, os equipamentos da brigada podem ser solicitados diretamente na sede do Sindicato ou pelo telefone (63) 9 9919-7031. Além disso, o Corpo de Bombeiros deve ser acionado pelo número 193.