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Tosse persistente, febre alta e dificuldade para respirar são sintomas que preocupam qualquer mãe ou pai, principalmente quando atingem bebês e crianças pequenas. E em meio à temporada de chuvas no Tocantins, o risco de doenças respiratórias, como bronquiolite, pneumonia e crises de asma, aumenta significativamente.
A umidade e as variações de temperatura são os principais fatores responsáveis pelo aumento no número de problemas respiratórios infantis, favorecendo a proliferação de vírus e bactérias, e levando a um crescimento expressivo nos atendimentos pediátricos.
De acordo com a Dra. Elaine Barros de Alencar Costa, médica pediatra e coordenadora do Pronto Atendimento Infantil (PAI), esse aumento dos atendimentos já é esperado nessa época do ano. “As crianças são mais vulneráveis às doenças respiratórias devido à imaturidade do seu sistema imunológico e à menor capacidade das vias aéreas de lidar com inflamações”, explica.
Outro fator que contribui para o crescimento no número de casos é o retorno às aulas, tanto na rede pública, como na privada. O maior contato das crianças em sala de aula e durante os intervalos aumenta as chances de transmissão, uma vez que as infecções respiratórias podem ser passadas pelo espirro e gotículas de saliva.
Casos em números
Em 2024, o PAI, unidade gerida pelo Instituto Saúde e Cidadania (ISAC), registrou 574 atendimentos de crianças com bronquiolite, onde os meses mais chuvosos registraram a maioria das ocorrências, com 86 casos em março, 140 em abril e 89 em maio.
O padrão se repetiu nos atendimentos de crianças com asma, que somaram 771 ao longo do ano, sendo 157 casos em março, 92 em abril e 92 em maio.
A quantidade de casos de pneumonia bacteriana também foi maior no mesmo período, com 631 registros durante o ano, dos quais 78 ocorreram em março, 126 em abril e 99 em maio.
E com o fim do período chuvoso, os casos diminuíram, com julho registrando 23 ocorrências de bronquiolite, 22 de asma e 16 de pneumonia bacteriana.
Agora, em 2025, os números de atendimentos nos primeiros meses do ano mostram um cenário semelhante ao do ano anterior.
Nos meses de janeiro e fevereiro, foram registrados 30 casos de bronquiolite, próximos dos 32 atendimentos do mesmo período de 2024. Para asma, o total foi de 91 atendimentos, repetindo o número do ano passado. Já a pneumonia bacteriana teve 37 casos registrados, próximo aos 38 observados no mesmo período.
Sinais de alerta
A bronquiolite, causada por vírus, afeta os bronquíolos e pode provocar tosse intensa, chiado no peito e dificuldade para respirar. A pneumonia bacteriana, por sua vez, é caracterizada por febre alta, dor no peito e cansaço excessivo. Já os ataques de asma são desencadeados por alérgenos e alterações climáticas, causando crises de falta de ar e aperto no peito.
“Os pais devem estar atentos aos sintomas como respiração rápida, chiado, febre persistente e retração das costelas ao respirar. Caso esses sinais apareçam, é essencial buscar atendimento médico imediato”, alerta a Dra. Elaine.
Prevenção e cuidados
Para reduzir o risco de infecções respiratórias, a especialista recomenda manter as vacinas em dia, evitar aglomerações em ambientes fechados e reforçar a higienização das mãos.
“Também é fundamental manter os ambientes bem ventilados e, no caso de crianças asmáticas, seguir corretamente o uso da medicação prescrita. Manter uma rotina de cuidados preventivos é essencial para minimizar os riscos. Alimentação equilibrada, hidratação adequada e evitar exposição a mofos e poeira também são medidas importantes”, orienta a pediatra.
Atendimento especializado
No aparecimento dos primeiros sintomas, a recomendação é procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima.
Para situações de emergência, procure o PAI. A unidade funciona 24 horas por dia, sete dias por semana, e está localizada na Rua das Tulipas, bairro Jardim das Flores.