
O julgamento do recurso do delegado de Araguaína Manoel Laeldo dos Santos e da mulher dele, Fernanda Julião está marcado para esta terça-feira (3). No ano passado, eles foram condenados por cobrar dinheiro de famíliares da vítima de um homicídio para investigar o crime. Laeldo, que estava afastado do cargo desde setembro de 2016, também perdeu a função pública.
O julgamento será no Tribunal de Justiça, em Palmas. Os crimes teriam acontecido entre os anos de 2013 e 2015, em Araguaína. Além do delegado e da companheira dele, um agente de polícia e um primo do delegado também foram condenados.
O primeiro julgamento ocorreu em março de 2017. Manoel Laeldo foi condenado a 15 anos de prisão por cobrar das vítimas para dar andamento em investigações. A decisão cabia recurso e ele respondia ao processo em liberdade. Já Fernanda Julião teve pena de sete anos e 10 meses de prisão. Ela é acusada de ceder a conta para receber o dinheiro das vítimas.
Porém, a defesa deles recorreu ao Tribunal de Justiça após a condenção feita pela Justiça de Araguaína. Além da prisão, a primeira decisão decretou ainda a perda dos cargos públicos ocupados por Manoel Laeldo, o primo dele e o agente de polícia envolvido.
Hoje, em seu perfil no Facebook, Laeldo postou que a decisão está nas mãos de Deus.
"Fiz de meu cargo em quase duas décadas prazeroso e dignificante ofício (....) Faria hoje o que sempre fiz: trabalhar e ter orgulho da arte de exercer com lealdade ombridade moralidade e justiça essa brilhante função que Deus me permitiu conquistar... Durmo em paz e deixo nas mãos de Deus a condução dos trabalhos".
Relembre
Para a Justiça, ficou comprovado que Manoel Laeldo usou de sua condição de delegado responsável pela apuração da morte do empresário Vagner Carlos Santana Milhomem, em 2012, para pedir dinheiro aos parentes da vítima como condição para continuar com as investigações. Eles teriam recebido R$ 65 mil.
Segundo a decisão, Manoel Laeldo e o agente de polícia Raimundo Dias foram "os executores dos crimes de corrupção passiva, pois solicitaram e receberam vantagens indevidas no exercício de sua profissão."
O juiz apontou também que Fernanda Julião, mulher do delegado, e Jânio Espíndola, primo dele, eram os responsáveis por fornecer "as contas [para receber os depósitos], além de movimentar e promover a distribuição dos capitais ilegais entre os demais membros da associação, dificultando o seu rastreamento."(Com informações do G1)
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