Três professoras tocantinenses receberam na noite desta quinta-feira, 11, o Prêmio Professores do Brasil, que destacou 39 educadores de todo o país por iniciativas de sucesso em sala de aula, pela contribuição para a melhoria da qualidade da educação básica. A solenidade de premiação foi realizada no teatro Sesc, em São Paulo, com a presença do ministro da Educação Henrique Paim.

As professoras Patrícia Fernandes da Costa, da Escola Estadual Girassol de Tempo Integral La Salle, de Augustinopolis, e Juliana Girardello Kern, do Centro de Ensino Médio Tiradentes, em Palmas, tiveram seus projetos escolhidos entre mais de seis mil inscritos.  Do Tocantins, também foi premiada a professora Maria Áurea Alves Rocha, do Centro de Educação Infantil do Tribunal de Justiça do Estado, na subcategoria educação infantil. O Prêmio Professores do Brasil é uma realização do Ministério da Educação e tem como objetivo reconhecer as ações exitosas desenvolvidas por educadores de escolas públicas e comunitárias.

Para a secretária de Educação e Cultura, Adriana Aguiar, que representou o Conselho Nacional de Secretários da Educação (Consed) no evento, o reconhecimento às educadoras é o resultado do comprometimento e amor pela profissão. “As temáticas dos projetos chamaram atenção aqui no evento. São práticas possíveis, que não requerem recursos e produzem bons resultados. São iniciativas inovadoras, mudanças de postura que contribuem para a nossa educação”, ressaltou.

Projetos

Professora de Biologia, Juliana Kern foi premiada na subcategoria ensino médio, com um projeto que promove a reutilização da água de condicionadores de ar para irrigação de hortas suspensas. Além da escola, a iniciativa já vem sendo implantada na casa dos estudantes. “A ação visa aproveitar a água que respinga da saída dos aparelhos de ar condicionado para irrigar pequenos canteiros com ervas aromáticas e flores, por exemplo”, explicou a educadora, ressaltando que, de acordo com medição feita pelos alunos, um aparelho de ar condicionado que fica ligado em média sete horas por dia gera até 120 litros de água por mês. “É o que deixamos de desperdiçar”, concluiu.

Também premiada, a professora de Teatro, Patrícia Costa, concorreu na subcategoria Educação Integral e Integrada, com o projeto Brincando e Representando. Voltado a desenvolver a dramatização nos alunos, o projeto também contribuiu para o ensino de outras matérias. “Trabalhamos de forma interdisciplinar, abordando as artes e os gêneros literários, por exemplo”, explicou.

Ainda de acordo com a professora, a iniciativa foi desenvolvida em 2013 e resultou no contato real dos estudantes com as artes. Eles assistiram ao musical Quebra Nozes no Teatro Ferreira Gullar, em Imperatriz / MA. “Para muitos foi a primeira experiência de sair da cidade. Conhecer um belo teatro então foi um marco para eles, que moram em uma cidade onde o acesso à cultura praticamente não existe. Isso, com certeza, ampliou o conhecimento dos estudantes”, ressaltou.

Já a professora Maria Áurea trabalhou a inclusão da terceira idade na educação infantil. Ela buscou inserir os avós no processo educativo das crianças e o projeto acabou ampliado. “Em parceria com UMA [Universidade da Maturidade] levamos idosos para dentro da escola e promovemos a educação por meio da integração. Durante o contato com os alunos, os idosos compartilharam experiências sobre época deles, falando sobre as profissões, receitas, transporte”, disse, frisando que o resultado do trabalho foi registrado em uma revista e livro produzidos em sala de aula.