Indígenas, quilombolas e demais acadêmicos interditaram o campus da Universidade Federal do Tocantins (UFT) em Araguaína na manhã desta segunda-feira (18).
O movimento protesta contra o corte de bolsas assistenciais e reivindica a presença de um representante da reitoria. Professores, técnicos e estudantes estão impedidos de entrar na universidade e muitos aguardam do lado de fora.
O diretor do campus da UFT de Araguaína, professor José Manoel Sanches da Cruz, afirmou que foi informado ainda na noite do domingo (17) sobre a interdição.
"O corte de bolsas acarretou uma série de problemas. Por exemplo, eles não tiveram acesso ao CUBO [sistema on-line da UFT] e foram impedidos de almoçar no Restaurante Universitário porque não estavam cadastrados", acrescentou o diretor.
José Manoel acompanha a manifestação desde o início da manhã. "Eu pedi uma pauta de reivindicação para saber o que eles estavam querendo porque essa política não é somente do campus, é uma política da reitoria, do Ministério da Educação. Eu quero saber o que o campus pode fazer", acrescentou.
O acadêmico Vitor Wender, do curso de matemática, afirmou que o movimento é justo, mas foi realizado sem diálogo. "O movimento é por uma causa justa, porém, poderia ter ocorrido de forma dialogada com a comunidade acadêmica. Do jeito que está ocorrendo acaba jogando os estudantes contra o movimento", disse.
Os representantes do movimento não quiseram falar com a imprensa.
Eleição para o Diretório AcadêmicoO AF Notícias apurou que, além de indígenas e quilombolas, muitos acadêmicos que apoiam a paralisação disputariam a eleição do Diretório Acadêmico do campus da UFT de Araguaína, mas a chapa foi barrada por irregularidades.
O DA é a maior entidade de representação dos estudantes do campus. Há suspeitas de que eles estariam apoiando a paralisação para tumultuar o processo eleitoral.