Segundo a perícia, documento foi assinado pelo vice-prefeito
Foto: Jornal do Tocantins

A assinatura numa promissória no valor de R$ 6 milhões é do vice-prefeito de Novo Acordo, Moura Leitão Filho (PR), concluiu a segunda perícia realizada no documento.  Leitão é acusado de encomendar a morte do prefeito, prefeito Elson Lino de Aguiar (MDB), que sofreu um atentado no início do ano.

O documento teria sido entregue ao empresário Paulo Henrique Souza Costa, apontado como intermediador da contratação do atirador.  Ele revelou à Polícia Civil que Leitão assinou a promissória, no valor de R$ 6 milhões, para que ele assumisse a autoria do crime. Também para que ele assumisse algumas dívidas do vice-prefeito. 

A primeira perícia havia constato a autenticidade da assinatura como sendo de Leitão. Mas a defesa pediu uma nova análise e o resultado foi o mesmo. Contudo, as letras do preenchimento do documento não são de Leitão, segundo a perícia.

A perícia também fez outros apontamentos em relação a Promissória:  valor numérico é R$ 600 mil e o valor escrito por extenso é de R$ 6 milhões.  Além do nome “real” estar no singular ao invés do plural.  Porém, observa que “não houve nenhum sinal de acréscimo ou corte no valor por extenso.”

Crime

O atentando contra o prefeito, conhecido na cidade como Dotozim, foi no dia 9 de janeiro. Ele levou três tiros, inclusive um na cabeça, mas recebeu alta após alguns dias internados no Hospital Geral de Palmas. O crime teria sido encomendado pelo vice-prefeito.

A investigação apontou que o crime deveria ser realizado ainda no final de 2018, mas não foi possível. "O vice-prefeito fez outra proposta no valor de R$ 6 milhões, inclusive com uma nota promissória, segundo o próprio Paulo, assinada pelo vice-prefeito. Se a polícia chegasse a autoria do crime, Paulo blindaria a participação do vice-prefeito, ou seja, ele assumiria a responsabilidade pelo crime", explicou o delegado Diogo Fonseca.

O delegado Leandro Risi, que coordenou a investigação, afirmou à TV Anhanguera que o crime teria sido motivado por conflitos na distribuição de propinas. Segundo Risi, os recursos viriam de fraudes em licitações na Prefeitura de Novo Acordo. De acordo com o delegado, Dotozim teria se recusado a repassar para Letim parte dos R$ 800 mil supostamente recebidos de propina.

Nota da defesa

Em nota, a defesa de Leitão criticou a veiculação de informações sobre o caso e disse que não podia tecer mais comentários pelo fato do processor correr em segredo de Justiça. Por outro lado, pontuou que o cliente é inocente. “Leto Moura Leitão Filho possui plena convicção de sua inocência e segue na busca incessante e incansável de provar sua inocência, com a consciência tranquila de quem nada deve.”

Com informações do G1 e Jornal do Tocantins