O Ministério Público Federal no Tocantins, por intermédio da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão, (PRDC) realizou nesta quinta-feira, 21, vistoria no Hospital Maternidade Dona Regina com objetivo de coletar informações sobre o abastecimento de medicamentos, materiais e insumos hospitalares.
Em conversa com funcionários e diretoria do hospital, obteve-se a informação de que a Secretaria de Saúde do Tocantins continua deixando de fornecer todos os medicamentos, insumos e materiais solicitados pelo hospital, visto que alguns medicamentos não chegam em quantidade suficiente para atender à demanda de um mês todo. Entretanto, foi registrado que houve uma melhora no abastecimento do hospital nos últimos dois meses.
Recentemente, a medicação o gluconato de cálcio 10% estava em falta, o que causou muitos transtornos no hospital. Segundo a direção do hospital, a falta ocorreu no país todo porque não havia fornecedores, sendo o problema resolvido com a substituição pelo cloreto de cálcio. No estoque, foi informado de que, devido à falta de espaço, alguns insumos e materiais estão armazenados em um container. Servidores do local informaram que faltavam luvas n.° 6,5 e que a água destilada estava acabando.
Na UTI neonatal, médicos informaram que a situação melhorou depois da padronização dos medicamentos, já que agora o hospital pode se organizar para manter no estoque os medicamentos mais usado, e ressaltaram a necessidade de fazer a padronização dos insumos também. Sobre a quantidade de leitos na UTI neonatal, foi informada a solicitação à Sesau para a implantação de mais dez leitos, o que demandará a contratação de mais nove médicos, dez enfermeiros e 30 técnicos de enfermagem.
Na área de emergência, obteve-se a informação de que continuam faltando medicamentos e insumos, como dipirona em comprimido, de diclofenaco, pilhas para sonar, quites para cirurgia de incontinência urinária e materiais de expediente. Os enfermeiros também reclamaram da falta de treinamento profissional e informaram que há duas salas vazias que poderiam ser reformadas para abrigar pacientes em observação e assim esvaziar a sala de emergência, mas não se nota esforços para a melhora da infraestrutura.
Na ala de partos, foi constatada a falta de insumos e materiais como caneta de bisturi elétrico, campo cirúrgico, fios cirúrgicos, luvas, tintura de assepsia, capotes, roupas, agulha 40x12,5, luva cirúrgica n.° 6, 7 e 7,5 e instrumental cirúrgico. Também foi informado que existem apenas sete caixas de parto, insuficientes quando mais de sete mães entram em trabalho de parto ao mesmo tempo.
Os enfermeiros também reclamaram da alimentação, pois muitas vezes a refeição fornecida para os servidores e pacientes é bolacha de água e sal ou torradas. Embora a saída de servidores do hospital no período do plantão seja proibida, eles são obrigados a almoçar em restaurantes porque a alimentação fornecida pelo hospital é inadequada.