Professor doutor Carlos Augusto Mallmann durante palestra em Palmas.

O impacto das micotoxinas na produção de alimentos no País foi tema do ?Workshop sobre a presença de aflatoxina no milho?, realizada em Palmas, na última quinta-feira. Produtores rurais, trades e técnicos da VLI, empresa de soluções logísticas que integra terminais, ferrovias e portos, conheceram o que há de mais moderno na análise de amostras e prevenção do fungo que produz a aflatoxina com o professor doutor Carlos Augusto Mallmann, um dos maiores especialistas no tema. Ele abordou os principais cuidados com a plantação, colheita e armazenagem do grão.

A aflatoxina, cuja a produção é provocada pelo fungo Aspergillus flavus que causa o mofamento dos grãos, é resistente ao tratamento com fungicidas e altamente contagiosa. O contágio pode ocorrer no plantio, industrialização, passando pela colheita, armazenamento ou transporte.

"A aflatoxina é um tema antigo, mas que tomou importância nos últimos anos por representar uma barreira sanitária nos países que compram cereais. Por isso, é muito importante nós levarmos informação sobre o tema para toda a cadeia. É um tema urgente, pois diz respeito à saúde de toda a população, pois a aflatoxina é uma das substâncias mais cancerígenas do mundo", destacou Mallmann.

Carolina Schneider Barcelos, produtora de rural do Grupo Wink, de Porto Nacional, disse que o evento foi extremamente esclarecedor, uma oportunidade única de ter acesso a informações tão relevantes para o negócio.

"Nós produtores temos muito o que aprender e temos caminhado no sentido de termos um milho de qualidade e que o cliente interno ou externo receba um produto de excelência. A palestra nos traz um alerta importante e agora é buscar aplicar tudo isso em campo".

Segundo Natalia Cardoso Valadares, gerente de qualidade do produto, controle e prevenção de perdas da VLI, esse é o primeiro passo de um trabalho que a empresa pretende ampliar no sentido de garantir a qualidade dos produtos que serão transportados.

"O evento foi muito bom. Foi a primeira vez que a VLI aproximou trades e produtores. Tivemos a oportunidades de trabalhar as três etapas da cadeia: o produtor, trade e nós de logística, que estamos enxergando o todo. Esse tema que é polêmico, em especial no Tocantins, que é a aflatoxina. Trouxemos um professor que é referência no mercado, com muito conhecimento, e que trouxe soluções para essas três etapas. A ideia é contribuir cada vez mais com a cadeia, trazendo conhecimento que podem melhorar os nosso produtos".

Sobre o palestrante

Mallmann faz parte de grupos de discussão do Ministério da Agricultura sobre micotoxinas, é docente e pesquisador da Universidade de Santa Maria (UFSM) e responsável pelo laboratório LAMIC, para análise de micotoxinas.

Cuidados para prevenir a aflatoxina

Entre as boas práticas agrícolas que podem prevenir a presença da aflatoxina, apontadas por Mallmann, estão:

Rotação de cultura prévia;

Manejo de resíduos;

Escolha do cultivar;

Controle de plantas invasoras;

Uso de fungicida;

Colheita e armazenagem (com a secagem correta);

Controle de insetos;

Uso de fertilizantes.