Fernando Almeida/Araguaína Notícias
Agentes da DEIC (Delegacia Estadual de Investigação Criminal) de Araguaína prenderam a advogada Elza da Silva Leite, 30 anos, na manhã desta terça-feira, 21. O mandado de prisão foi expedido pelo Juiz Antônio Dantas, na última sexta-feira, 17.
Ela foi presa quando chegava a CPPA (Casa de Prisão Provisória de Araguaína) para visitar um cliente que está preso. Elza é acusada de três crimes: Falsidade Ideológica, Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro. Ela nega tais acusações.
Durante coletiva de imprensa na tarde de hoje, o delegado da DEIC, José Anchieta, explicou que após denúncias de atos alheio à advocacia, a Polícia começou investigar Elza.
“Desde o início das investigações a advogada é apontada como uma das pessoas que de diversas formas favorecia organizações criminosas instaladas dentro do presídio Barra da Grota”.
Segundo o delegado, mesmo com a prisão de traficantes, as investigações apontavam que o crime praticado por eles continuava. “O tráfico praticado por esses mesmos traficantes ressurgia, através de suas esposas e companheiras” destacou.
De acordo com a investigação, a advogada atuava na falsificação de certidões de união estável, para que mulheres pudessem ter acesso direto aos integrantes de facções criminosas dentro do presídio.
Entre os casos inusitados, um preso do Barra da Grota teria tido cinco companheiras diferentes em apenas dois anos. Todas as ‘esposas’ tinham certidão de união estável com o referido presidiário.
A investigação aponta também indícios de participação da advogada na lavagem de dinheiro. Por esse serviço, ela teria recebido comissão de 10% para converter moeda estrangeira (Dólar, Euro, Pesos etc.), roubada de casa de Câmbio em Anapólis-Goiás, em real.
“Ela recebeu dólares e outras moedas estrangeiras dos criminosos que praticaram o roubo e comercializou este em Araguaína, convertendo em moeda nacional. (...) E ganhou comissão para isso ao devolver em moeda aparentemente lícito para os autores do roubo.”
Depoimento da advogada
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Em entrevista, a advogada negou as acusações. Foto: Fernando Almeida/Araguaína Notíicas |
Em entrevista, a advogada Elza disse que “este primeiro momento é complicado [por não ter tido acesso ao processo]”. Ainda frisou que a Deic “fez o serviço dela”. Entretanto, negou qualquer envolvimento em ações ilícitas.
“O que eu digo de antemão para vocês é que não devo nada. Por isso que estou aqui dando a cara pra bater. (...) Eu lhes asseguro que não devo nada. A única coisa que me deixa chateada é porque o processo é burocrático. Eu não sei quanto tempo vou permanecer custodiada. Eu tenho uma filha de dois anos. E essa separação, essa ausência, nunca vai ser retribuída para mim. Então é a única coisa que dói”.
Outros presos
A operação da Deic-Norte foi batizada de Fênix, em alusão ‘ao renascer’ do tráfico, mesmo com a prisão dos criminosos no Barra da Grota. E com apoio da Diretoria de Inteligência da SSP-TO e da Delegacia Regional de Pedro Afonso.
No total foram cumpridos 5 mandados de prisão preventiva. Três em Araguaína(Elza da Silva Leite, Genir Lopes da Silva e Eliosmar Alves Rabelo(interno do Barra da Grota) Outros dois na capital Palmas: Jardiel dos Santos Lopes - reeducando da CPP de Palmas e Mirislanny da Silva Veras - detida no presídio feminino de Palmas. Ainda foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão e três de condução coercitiva.
A investigação iniciou em maio de 2015 e desde então foram expedidos sete mandados de prisão preventiva, seis de busca e apreensão e 21 de condução coercitiva. Também ocorrem 20 prisões em flagrante por tráfico de drogas e apreensão aproximadamente 150kg de drogas.
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Eliosmar Alves Rabelo. Foto: SSP-TO | Jardiel dos Santos Lopes. Foto: SSP-TO |
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Genir Lopes da Silva | Mirislanny da Silva Veras |
Matéria ampliada às 18h55min