Um agente penitenciário deu voz de prisão ao repórter Élder Silva, da TV Alvorada de Araguaína, na manhã desta sexta-feira (11) na Delegacia de Plantão, enquanto o profissional aguardava o delegado para gravar entrevista. A emissora divulgou nota de repúdio e classificou a atitude do agente como ?truculenta e extremamente constrangedora?.
O repórter estava numa sala da delegacia juntamente com colegas de imprensa, aguardando o delegado regional Bruno Boaventura para gravar entrevista a respeito da prisão de uma quadrilha. E a informação é de que os profissionais estavam no local com autorização do delegado.
Segundo relatos, o agente penitenciário, que não teve o nome divulgado, pediu para que os profissionais saíssem do local e Elder não acatou a ordem. Diante da recusa e após breve discussão, o agente penitenciário deu voz de prisão ao repórter. Entretanto, ele não ficou detido ou preso. O agente penitenciário é lotado na Casa de Prisão Provisória de Araguaína (CPPA).
Em nota, a TV Alvorada, por meio de seu diretor executivo, Bueno Júnior, repudiou a "forma truculenta e descabida" com que o agente deu voz de prisão ao repórter por "simplesmente (...) estar desenvolvendo seu trabalho em um ambiente público".
A nota ressalta que há "profissionais e profissionais", e frisa que "uma atitude como esta termina por arranhar a imagem de uma profissão com trabalhos tão relevantes para a segurança de nossa população".
A TV também ressalta que a emissora tem buscado manter um bom relacionamento com as autoridades civis e militares, e que prima pela dignidade e honradez. Mas "nos sentimos extremamente constrangidos pelo ocorrido com nosso repórter", finaliza.
A reportagem solicitou um posicionamento das Secretarias de Segurança Pública (SSP) e Cidadania e Justiça (Seciju) em relação ao fato. Em nota, a Polícia Civil informou que, até o momento, não foi registrada nenhuma ocorrência com relação ao episódio mencionado, o qual teria ocorrido na manhã desta sexta-feira, 11, na Delegacia de Plantão de Araguaína."
E esclareceu que "ainda que tomou conhecimento dos fatos pela imprensa e que, à partir de agora, adotará todas as providências que se fizerem necessárias no sentido de apurar com rigor a veracidade do caso, inclusive com a atuação do órgão correicional da Polícia Civil, se necessário."
Não é a primeira vezEm 2014, outro incidente foi registrado envolvendo profissionais de imprensa e agentes ligados à segurança pública do Tocantins.
Na época, a delegada Maria Dinesitânia Cunha, então responsável pela DEIC, deu voz de prisão à equipe da TVE. A repórter Leidy Vieira e o cinegrafista Maycon Lopes foram detidos e os equipamentos apreendidos por suposta desobediência e desacato. Diante da repercussão negativa do caso, a cúpula da Secretaria de Segurança Pública se deslocou até Araguaína. Os profissionais ingressaram com ação indenizatória na justiça contra o Estado e aguardam a decisão
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