Alunos protestam contra fim do processo seletivo para ingressar em colégio militar.
Foto: Divulgação

Alunos do Colégio da Polícia Militar (CPM) de Araguaína foram às ruas pela segunda vez, nesta quarta-feira (6), para protestar contra o fim do processo seletivo como forma de ingresso nas unidades militares. O ato também foi acompanhado por pais e professores.

Exibindo cartazes, faixas e a bandeira do Brasil, os alunos caminharam pela Av. Cônego João Lima pedindo apoio da comunidade e se concentraram na Praça das Bandeiras. "Hoje a aula é na rua", dizia um cartaz. "Quem não luta pelo o que quer, aceita o que vier" dizia outro. 

No último 29 de outubro, a Secretaria de Estado da Educação (SEDUC), anunciou mudanças nos moldes de ingresso e a nova forma de nomenclatura dessas unidades que passarão a se chamar Colégio Estadual Cívico-Militar – as que ofertam ensino fundamental – e Centro Estadual de Ensino Médio Cívico-Militar – as que ofertam ensino médio.

Com a mudança, a matrícula dos alunos novatos para o próximo ano letivo será feita com cadastro on-line ou via telefone, assim como ocorre atualmente nas demais escolas da rede estadual.

Os alunos, no entanto, rejeitaram a proposta e afirmam que sem o processo seletivo quem mora longe dos colégios militares ou em outras cidades não tem chances de ingressar neles. É o que argumenta a aluna Giovanna Sousa Santos, do CPM de Araguaína.

A mudança desse modo de ingressar na escola ao ver da Seduc e do Governo do Tocantins é mais democrática, deixando que a sorte e a moradia próxima à instituição sejam mais justas que o seletivo. Nós, alunos, não concordamos com essa mudança. Afinal, ela não é nada democrática. Não deixará que os alunos que moram em bairros distantes e em outras cidades possam estudar nelas”.

Para a aluna, o “processo seletivo é uma oportunidade aberta a toda população, (...) uma maneira democrática, organizada e justa de selecionar os alunos da instituição que tem uma grande procura para as matrículas”.

Além da forma de ingresso, os alunos veem a que mudança de nomenclatura vai alterar ainda o atual regimento interno. “O regimento interno será alterado, apesar da Seduc esconder esse fato, para nós, alunos, ficou evidente. Pedimos então o apoio da sociedade, que entendam que a Seduc não quer melhorar outras escolas, ela quer diminuir o rendimento da nossa! Contamos com a ajuda e colaboração dos mesmos e que apoiem nossa causa”.

Para defender as mudanças, o governador Mauro Carlesse (DEM) disse em reunião, na última terça-feira (5),com diretores dos colégios militares que o modelo implantado permanece o mesmo.

As diretorias das escolas continuam as mesmas, assim como a disciplina e o modelo de ensino. A única mudança é a forma de ingresso do aluno na escola, pois nossa intenção é dar oportunidade para todos que sonham em estudar em uma escola com esse modelo militar e hoje não podem. Por isso, vamos aumentar as vagas e ampliar o número de escolas. Atualmente temos 12 e vamos chegar a 33 escolas cívico-militares nos próximos anos”, afirmou o Governador.

Atualmente, o Estado conta com 12 colégios e mais de 7,6 mil estudantes atendidos nesta modalidade.

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Familiares de alunos também participaram do ato.