Após dois meses de afastamento do cargo, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) renunciou ao cargo de presidente da Câmara dos Deputados. O anúncio foi feito pelo próprio parlamentar, em coletiva à imprensa na tarde desta quinta-feira (7/7). "Resolvi ceder ao apelos generalizados dos meus apoiadores", afirmou. A notícia já era aguardada pelos aliados do peemedebista.
Depois da manobra de ontem, em que o parlamentar recebeu a ajuda do pastor Ronaldo Fonseca (Pros-DF) para melar a cassação no Conselho de Ética, os correligionários de Cunha aumentaram a pressão para que ele deixasse o cargo.
Eduardo Cunha chegou no início da tarde pela chapelaria da Câmara, passou na Secretaria-Geral da Mesa e marcou a entrevista à imprensa no Salão Nobre da Casa, apesar de ter sido autorizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a circular na Câmara apenas para se defender do processo de cassação no Conselho de Ética ou na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Durante a coletiva, Cunha reproduziu a carta que enviou à Secretaria da Mesa dos Câmara dos Deputados. Ele afirmou que, “sem dúvida alguma”, a autorização para abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT) foi um marco em sua gestão, mas que foi o fato agravante contra ele mesmo na Câmara. “Me orgulha e jamais será esquecido. Sofri e sofro muitas perseguições, estou pagando alto preço por ter dado inicio ao impeachment, a principal causa do meu afastamento".