Presidente da Aciara, Hélida Dantas, durante posse.
Foto: Divulgação Aciara

A presidente da Associação Comercial e Industrial de Araguaína (Aciara), Hélida Dantas, defendeu a abertura “consciente” do comércio em entrevista ao AN nesta segunda-feira, 30.  Também disse que durante o enfretamento da  pandemia do coronavírus é necessário encontrar equilíbrio entre economia e saúde.

Nós apoiamos a abertura do comércio de forma consciente. Uma forma que a gente promova todos os cuidados com a higiene, limpeza, com a não aglomeração de pessoas. Então, todos os empresários da cidade estão empenhados nisso. Defendeu a presidente.

Hélida  também defendeu que durante o enfrentamento do coronavírus deve existir um equilíbrio entre economia e saúde. “Devemos ter muito cuidado com a saúde, mas também não podemos desprezar a economia.” Também disse que os empresários de Araguaína já sentem os impactos com as medidas restritivas e a ausência do consumidor nas ruas da cidade.

Dificuldades do empresário

Nosso empresário em geral não tem recursos para pagar nem a folha [de março]. Então, se parar totalmente, a maioria dos empresários da nossa cidade não conseguem nem mesmo pagar a folha [de março]. Então a nossa necessidade é gerar o mínimo de recursos possível para que a gente possa garantir os empregos.  Enfatizou a presidente, elencando os cuidados tomados pelos empresários de Araguaína.

 —Estamos tendo muito cuidado com nossas equipes. Todas as pessoas [funcionários do comércio de Araguaína] na faixa de risco estão indo para casa. Pessoas [idosas], as grávidas, as pessoas que tem qualquer tipo de sintomas de gripe. Nós, empresários, estamos dispensado essas pessoas [para ficar em casa.]

Queda nas vendas

A presidente apontou também a queda de até 70% nas vendas no comércio, nos ramos de confecção, calçados, materiais para construção, móveis e eletrodomésticos em Araguaína. E por isso demonstrou preocupação com o possível aumento do desemprego. 

Só podemos manter [os empregos] se a gente tiver recursos para pagar também. Houve uma queda muito alta no consumo de alguns itens. Alguns segmentos chegam a cair 60 a 70 % no faturamento.” Frisou.

Baixo fluxo

Hélida explicou que o fato de o comércio ficar aberto não significa que vai vender. “As pessoas não estão indo para a rua. Elas estão seguindo as orientações de ficar em casa. O fluxo de pessoas dentro das lojas é muito baixo.”

Ela alertou para o risco de empresas fecharem, caso o comércio volte a fechar. “Alguns [empresários] já estão manifestando que não suportariam mais nem uma semana fechado ou com esse fluxo tão baixo.”

Atividade mínima

Para a presidente da Aciara, o debate sobre a abertura ou não do comércio é fruto de uma polarização política. “Hoje tá tendo uma polarização política entorno do que abre ou não abre. Eu acho que isso é muito mais político do que outra coisa”. Opinou Hélida, defendendo o equilíbrio- saúde e economia.

O que tem que haver é um bom senso.  Quando houver o consenso da saúde, em que pode haver uma atividade mínima, a gente tem que permitir. Porque a saúde econômica também vai gerar impactos muito fortes na população. Disse, acrescentando.

—Seguir com equilíbrio, seguir com olhos para as duas vertentes. Porque olhar só um também não vai nos ajudar muito. Futuramente as consequências do fechamento podem ser muito forte. Enquanto não houver algo mais preocupante, que a gente possa seguir uma atividade econômica mínima para garantir os empregos, o sustento. Nós não somos contra a saúde, nós somos a favor de levar as duas coisas com equilíbrio. Finalizou.