A Câmara de Araguaína foi obrigada a retirar da pauta de votações o Projeto de Lei que autoriza o Poder Executivo vender o Matadouro Público Municipal, conhecido como Frigorífico Assocarne. A sessão desta segunda-feira (12) foi marcada por protestos de dezenas de açougueiros que interditaram a Avenida Cônego João Lima com caminhões-gaiola e se manifestaram em frente ao prédio da Câmara com cartazes e carro de som.
Conforme o projeto, o imóvel público será alienado a partir da avaliação inicial correspondente ao valor de R$ 1.341.930,00.
Durante o protesto, o presidente da Câmara, vereador Marcus Marcelo (PR), resolveu suspender a sessão e ouvir os manifestantes. Eles não querem a venda do Frigorífico, mas essa opinião não é unânime entre a classe.
Para o ex-presidente da Assocarne, Sebastião Toquinho, “toda mudança gera receio, mas a associação está devendo muito devido a uma má gestão comprovada e que não presta contas aos associados”. “Lá precisa se adequar e se modernizar. O local está muito próximo ao Rio Lontra e é preciso arrumar o sistema de tratamento dos resíduos e a entidade não tem dinheiro. É uma associação declarada de utilidade pública que deveria contribuir com o bem-estar da comunidade e não para matar o Lontra o e povo da comunidade do Barra da Grota que sofre com o mau cheiro. Esse é um problema que já dura 2 anos”, relatou.
Ainda segundo o ex-presidente, a carne do Frigorífico é de boa qualidade, mas a estrutura precisa também ser ampliada para gerar mais empregos e ter condições de reduzir inclusive o custo do abate. “Precisamos de mais câmaras frias, sala de desossa, ou seja, adequar e modernizar aquela estrutura”, disse Toquinho.
Audiência Pública
Acuados pelo protesto, os vereadores aprovaram por unanimidade o pedido de realização de uma audiência pública que havia sido apresentado pelo vereador Batista Capixaba (SD). Conforme o vereador, a comunidade do Setor Barra da Grota, que a maior interessada no assunto, bem como os açougueiros, precisam ser ouvidos antes que o Frigorífico seja privatizado.“Agora vamos esperar que o presidente marque o dia da audiência para discutirmos essa privatização com a comunidade e os açougueiros”, disse.