Política

Araguaína institui Câmara de Renegociação de Dívidas para evitar ações judiciais e bloqueios de contas

Nova ferramenta permitirá que contribuintes negociem débitos inscritos na Dívida Ativa com descontos e novas condições de pagamento.

Câmara de Negociação facilita acordos com contribuintes e reduz judicialização de dívidas municipais.
Foto: Thiago Santos / Secom Araguaína

A Prefeitura de Araguaína implementou a Câmara de Transação Tributária, também chamada de Câmara de Negociação, um instrumento que permitirá aos contribuintes acordarem suas dívidas com o Município sem a necessidade de judicialização e eventual bloqueio de contas. A iniciativa da Procuradoria Geral do Município (PGM) foi oficializada na Lei Complementar nº 200, de 9 de abril de 2025, publicada no Diário Oficial do Município nº 3254, de 14 de abril de 2025.

Segundo o prefeito Wagner Rodrigues, essa é mais uma iniciativa da Prefeitura para assegurar que o Município possa ter arrecadação sem penalizar e pesar no bolso do cidadão.

“Ano passado, alteramos o valor mínimo para execução dos débitos na Dívida Ativa para reduzir a quantidade de processos judiciais contra os contribuintes. Agora temos a Câmara de Transação Tributária para evitar ao máximo que essas dívidas sejam executadas e levadas para a Justiça. A Prefeitura se coloca à disposição para negociar da melhor forma possível”, informa Wagner.

Como funciona

A Câmara de Negociação poderá ser usada por pessoas físicas e jurídicas para débitos já inscritos na Dívida Ativa, ou objetos de litígio judicial ou administrativo, e abrange, principalmente, valores em atraso do IPTU (Imposto Predial Territorial Urbano), ITBI (Imposto sobre a Transação de Bens Imóveis), algumas modalidades de ISS (Imposto Sobre Serviços), multas de natureza punitiva, entre outros créditos tributários.

“A adesão à Câmara pode ser feita por iniciativa do próprio contribuinte ou a partir de uma proposta da prefeitura que deverá ser formalizada em edital e com chamamento público. Importante ressaltar que o devedor só poderá negociar seus débitos uma vez a cada quatro anos referente ao mesmo tributo”, explica Gustavo Fidalgo, procurador-chefe do Município.

Toda a negociação será conduzida pelos procuradores que, durante o acordo, analisarão o histórico fiscal e a situação econômico-financeira do contribuinte, o tempo de duração da ação judicial, a economicidade da cobrança, entre outros pontos.

A nova ferramenta de acordo estará à disposição dos contribuintes dentro de seis meses, conforme o avanço do decreto de transição que será editado pelo prefeito.

Benefícios

Além da negociação de valores, a Câmara de Negociação contempla a concessão de descontos nas multas e juros de dívidas consideradas de difícil recuperação, novos prazos e formas de pagamento, substituição ou alienação de garantias e a redução dos honorários advocatícios para 5%, dependendo do acordo.

“O valor cobrado atualmente é de 10%, conforme estabelece o Código de Processo Civil. Mas a nova lei reduz esse percentual justamente para dar mais acessibilidade ao contribuinte. E é fundamental esclarecer que, dentro do processo de negociação das dívidas em âmbito extrajudicial, o valor dos honorários advocatícios terão origem na atividade de cobrança realizada pelos procuradores municipais e não serão pagos pelo Município”, ressalta o procurador Allen Kardec.