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Araguainenses citam o "jeitinho brasileiro" e "falta de consciência" ao opinarem sobre o lockdown

Em geral, os entrevistados concordam com a medida, mas acham que população precisa colaborar para ter eficiência.

Av. Cônego João Lima, centro de Araguaína.
Foto: Marcos Sandes/Ascom Araguaína

O aumento de casos do novo coronavírus em Araguaína e mais 34 cidades do Tocantins pressionou a rede pública de saúde com ocupação de leitos. E com dificuldades para achatar a curva de contágio, o governou decretou, na última sexta-feira (15), o lockdown − medida mais rígida que proíbe circulação de pessoas nas ruas, para que assim a propagação do vírus seja contida.

Mesmo com o “bloqueio total”, para que de fato as pessoas cumpram o isolamento social, inicialmente por 7 dias, a medida divide opiniões. O AN ouviu araguainenses nesta segunda-feira (18) para sondar sobre a adesão dos cidadãos à quarentena. Em geral, os entrevistados concordam com a medida, mas acham que população precisa colaborar para ter eficiência. 

Para o consultor de vendas Lucas Dias Rocha, o primeiro dia útil do lockdown na cidade teve pouca redução do movimento.

A realidade é que as pessoas não se conscientizaram e vivem dando um jeitinho brasileiro ou fazendo vista grossa. A fiscalização tem feito trabalho árduo. Porém, muitos cidadãos araguainenses tem descumprido os decretos, desde o início da pandemia. Jogando um futebol nas chácaras, não se isolando e deixando de ajudar pessoas em situação de risco, tudo isso corrobora e impulsiona a contaminação da Covid-19”.

A professora universitária Elisa Alencar acredita que o movimento diminuiu na cidade, mas ainda falta conscientização das pessoas sobre a gravidade do momento.

Povo sempre acha que tem falcatrua, que estão sendo enganados. Enfim. Nunca estão satisfeitos com nada e querem ir pra rua”.

Na avaliação do representante comercial Cleidivan Araújo, a fiscalização está atuante. “Vejo muita fiscalização, falta mais conscientização da população mesmo. Estamos vivendo o lockdown, mas parece que o movimento tá o mesmo de quando estava apenas o fechamento do comércio que não era essencial”.

E completou. “A fiscalização está de porta em porta. Estão acompanhando, tão orientando o povo. A fiscalização está trabalhando pesado mesmo em todos os comércios. As pessoas que não querem parar, de alguma forma querem burlar o lockdown”.

Questionada sobre a medida, a estudante de direito Ana Fortaleza disse que viu redução do movimento. Declarou ser contra o lockdown, mas entende a necessidade e respeita a decisão tanto do governador quanto do prefeito.

Sabemos a quantidade de UTI disponíveis em nossa cidade. O número de contaminados pela covid-19 só aumenta. Sete dias de isolamento total é apenas para ganhar tempo”.

Ela chamou atenção para a freada da atividade econômica, que tem afetado especialmente autônomos. “O comércio está parado, os empresários e autônomos desesperados, especialmente quem tem  filhos e alguns idosos em casa que precisam de cuidados. Mesmo com todo cuidado que temos o número aumentou drasticamente em Araguaína, e enquanto não houver uma forma de parar, vai continuar aumentando. Infelizmente”.

Com o lockdown em vigor, o araguainense precisa evitar sair de casa e se sair, deve comprovar que o seu deslocamento é para algo essencial. Só a PM informou que designou 50 homens para reforçar o policiamento e ajudar na fiscalizaçao. Agentes da Polícia Civil, Detran, ASTT, Demupe, Vigilância Sanitária e Corpo de Bombeiros também atuam para garantir o cumprimento do decreto.