Fernando Almeida

O caseiro João Batista Lopes Freitas (29) e sua companheira Ângela Peres da Silva (20 anos) foram condenados a 29 anos de prisão pelo assassinato do casal de empresários araguainense Demerval Correia Freire (57 anos) e a esposa Lenir da Silva Freire (55 anos). Eles mataram as vítimas a pauladas, esconderam os corpos na fazenda Aldeia Bonita em  Wanderlândia e depois fugiram  para o Maranhão levando uma camionete, às vésperas do Natal de 2013.

Provas do crime

Os assassinos foram condenados por latrocínio e ocultação de cadáver. O Araguaína Notícias teve acesso a sentença e de acordo com o documento, ficou comprovado a participação dos dois no planejamento e execução do crime.  “Todos os depoimentos prestados pelos acusados, colhidos na fase investigativa e em Juízo, são firmes e substanciais e não deixam dúvidas acerca da autoria do delito,” argumenta a Juíza Wanessa Lorena Martins de Sousa Motta da Comarca de Wanderlândia.

Confissão do caseiro

Reconstituição do crime em 17 de janeiro de 2014. Foto: Fernando Almeida/AN

O caseiro confessou perante a Justiça ter planejado e matado os patrões, com a ajuda da companheira Ângela.  "Eu não posso negar, eu errei mesmo (...)  foi tudo uma coisa tudo planejada (...) mas eu assumi desde o começo, porque eu reconheci o erro que eu fiz,” disse o acusado no depoimento de 21 de agosto de 2014. Segundo ele, o combinado “era cada um fazer o serviço com um.”  “A  participação nossa é igual, é meio a meio.”  João Batista assumiu que matou Demerval, mas culpou companheira  por tirar a vida da empresária Lenir, “o primeiro golpe foi ela (Ângela) que deu," acusou. Para o delegado Rerisson Macedo, responsável pela investigação, João Batista matou seu Demerval e depois ajudou Ângela a matar dona Lenir.

Participação da companheira

Ângela nega ter matado a patroa a pauladas, mas confessou em depoimento que  “depois que enterrou (os corpos de Demerval e Lenir), a gente voltou pra fazenda, pegou as coisas e fomos embora."  Para a Justiça, esta confissão e a descrição minuciosa dos fatos comprovam a participação dela no latrocínio.  “Angela soube informar em Juízo todos os detalhes do crime, inclusive informando que o instrumento usado foi ‘um pau’ e que foi pego ‘no mato’, e que ajudou a lavar a carroceria da caminhonete que estava suja de sangue,” argumenta a magistrada na sentença.  

Crimes e pena

O caseiro João Batista e sua companheira Ângela Peres foram condenados a 29 anos de prisão em regime inicialmente fechado por dois crimes.  O primeiro foi Latrocínio (roubo seguido de morte), por ter roubado a camionete do casal.  O segundo,  ocultação de cadáver, por ter enterrado os corpos numa vala comum. Ângela está presa na cadeia de Babuçulândia e João em Wanderlândia, ambos municípios da região norte do Tocantins .  A decisão cabe recurso. A sentença foi proferida em dezembro de 2014, mas ratificada recentemente em março de 2015.

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