Conhecido por suas paisagens que parecem ter saído de um cartão-postal, o Jalapão oferece experiências únicas para quem se dispõe a enfrentar as longas estradas de terra e areia que dão acesso à região. Além da beleza natural, o destino é famoso pela sensação de tranquilidade e pelo cenário diverso, que inclui rios, chapadas e formações rochosas.

Para muitos viajantes, a visita ao Jalapão é uma imersão na natureza intocada. O local exige disposição, mas recompensa com um verdadeiro espetáculo a céu aberto a cada parada. Dunas iluminadas pelo pôr do sol, águas verdes e transparentes e a hospitalidade típica da região tornam a viagem uma experiência inesquecível.

O Jalapão ocupa uma área de cerca de 34 mil km² no Tocantins, região Norte do Brasil, fazendo divisa com a Bahia, Maranhão e Piauí. Sua área turística principal se concentra entre os municípios de Ponte Alta do Tocantins o famoso “portal do Jalapão”, Mateiros, Novo Acordo e São Félix do Tocantins.

Não há voos diretos para o Jalapão. A jornada começa em Palmas, capital do estado, que recebe voos diários das principais capitais brasileiras pelo Aeroporto de Palmas (PMW). De lá, é preciso seguir por via terrestre.

Para quem parte de Palmas, a principal via de acesso é a TO-030, que vai até Santa Tereza do Tocantins. A partir de então, a TO-130, até Ponte Alta. O trajeto até o portal do Jalapão é asfaltado, mas depois o trecho é com estradas de terra.

Nesse sentido, as rotas podem ser bastante desafiadoras para quem não está acostumado com trajetos costumeiramente inexplorados: além da porta de entrada para o parque, a maioria das estradas não é asfaltada, e o solo arenoso exige, obrigatoriamente, veículos 4x4. Para quem prefere comodidade e segurança, a recomendação é contratar uma agência especializada ou um guia local com experiência.

O Jalapão é um convite à simplicidade e ao encantamento. É uma das regiões mais preservadas do Brasil, com uma vegetação exuberante de cerrado nativo, rios de água límpida, cachoeiras, fervedouros únicos no mundo e formações rochosas que impressionam até os mais viajados.

Este é o maior parque estadual do Tocantins, e é considerado uma unidade de conservação brasileira de proteção integral à natureza, sendo categoria II da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN). Sua posição faz ponte com a estação ecológica Serra Geral e o parque nacional das Nascentes do Rio Parnaíba.

A sensação ao percorrer os mais de 1500 km de estradas durante uma expedição pela região é de que se está descobrindo algo novo a cada dia. Afinal, com tantos rios, cachoeiras, dunas de areia, chapadões, serras e matas de galeria, esse verdadeiro oásis do cerrado tem prioridade quando se fala de belezas naturais e perfeitamente acessíveis para quem deseja se aventurar parque adentro.

São as estradas tortuosas e de difícil acesso que oferecem aos turistas da região a mais valiosa das recompensas: tudo aquilo que torna o local a verdadeira joia rara tocantinense. As inúmeras atrações podem ser visitadas ao longo de vários dias (dica importante: reserve mais de três para realmente apreciar o Jalapão!) e permitem o melhor dos contatos com espetáculos da natureza. Confira algumas abaixo:

• Fervedouros

Talvez os mais icônicos símbolos do Jalapão. Essas nascentes de água cristalina, com areia em suspensão e pressão suficiente para impedir que o corpo afunde, criam uma experiência sensorial mágica. É como flutuar sobre um segredo da Terra. Dentre os mais famosos estão o Fervedouro do Ceiça, do Alecrim, do Buritizinho e do Soninho. Cada um com seu charme, sua cor e temperatura.

• Cachoeiras

Em uma terra de rios e nascentes, não faltam cachoeiras para se refrescar. O destino perfeito após longas caminhadas nas trilhas do Jalapão! A Cachoeira do Formiga, com suas águas verde-esmeralda e temperatura perfeita, é parada obrigatória. Já a Cachoeira da Velha, com seu volume impressionante, é a maior da região e oferece, inclusive, atividades de rafting. Outras como a Cachoeira das Araras, a do Escorrega Macaco, a da Roncadeira e o Cânion do Sussuapara completam o roteiro com quedas d’água perfeitas para relaxar.

• Dunas do Jalapão

Em pleno cerrado, surge uma paisagem digna de deserto: dunas douradas que ganham vida sob a luz do pôr do sol. Criadas a partir da erosão das serras de arenito da região, as Dunas do Jalapão são um espetáculo à parte. Suba sem pressa, sinta a areia nos pés e prepare-se para uma das vistas mais lindas da sua vida.

• Serra do Espírito Santo

Para os mais aventureiros, vale acordar antes do nascer do sol e encarar a trilha até o topo da serra. A subida é íngreme e exige preparo, mas a recompensa é indescritível: ver o sol nascer diante da imensidão do cerrado é um momento de pura contemplação.

• Pedra Furada

Outro ponto imperdível para assistir o pôr do sol e tirar fotos espetaculares. A formação rochosa, esculpida pelo vento e pelo tempo, cria arcos naturais que emolduram o horizonte e fazem o cenário parecer de outro planeta;

• Lagoa do Japonês

Localizada em Pindorama, nos arredores do Jalapão, essa lagoa de águas absurdamente transparentes e azuladas vem ganhando destaque nos roteiros. Um refúgio perfeito para quem quer dar um último mergulho e relaxar antes de voltar para Palmas.

Conhecer o Jalapão não exige nenhuma dificuldade e a viagem não precisa ser organizada com tanta antecedência. O destino é ideal para uma semana de descanso com muita natureza, decidida até mesmo de última hora. Para isso, porém, saber alguns detalhes pode tornar tudo ainda mais simples.

• Contrate uma agência ou guia experiente. As estradas são desafiadoras, e a falta de sinal de celular torna a navegação perigosa para quem vai por conta;
• Evite carros sem tração. O Jalapão exige 4x4. Muitos trechos têm areia fofa e lama, especialmente no período chuvoso;
• Leve dinheiro em espécie. Muitas pousadas e atrativos não aceitam cartão, e a infraestrutura é limitada;
• Roupas leves, protetor solar, repelente e chapéu são indispensáveis. Hidrate-se e esteja preparado para o calor;
• Planeje sua viagem para a estação seca, entre maio e setembro, quando as estradas estão mais seguras e os dias mais claros.

Com tudo isso definido, só resta uma coisa: aproveitar. Desconecte-se da rotina e reconecte-se com a natureza.