Moradores do Setor Alto Bonito são barrados na entrada do plenário.
Foto: Reprodução TV Câmara

O presidente da Câmara de Araguaína, Aldair da Costa (o Gipão), barrou a entrada de alguns moradores do Setor Alto Bonito na última terça-feira, 10.  O motivo é que eles estavam com trajes inadequados: short.  Também impediu o uso da tribuna por falta de inscrição prévia.

A comunidade do Alto Bonito foi à Câmara pedir socorro na tentativa de impedir um despejo, que pode atingir 600 moradores. Ao chegar na entrada do auditório do plenário, os moradores que estavam de short foram barrados na porta por um servidor da Câmara e o presidente justificou a medida.

--Nós temos uma norma na Casa e não fui eu que criei. (...) Quando nós chegamos aqui já existia. No plenário da Câmara não pode entrar de short. O servidor que está na porta (...) está cumprindo ordem do Regimento não é do presidente. Explicou Gipão.

Já os moradores com trajes adequados adentraram ao plenário, mas não obtiveram autorização para usar a Tribuna por falta de inscrição prévia. “O regimento interno diz que que ninguém, que não seja integrante, da Câmara, pode usar da palavra sem antes de inscrever. (...) Então nós iremos cumprir a norma.” Argumentou o presidente.

Neste momento, a sessão estava sendo transmitida ao vivo pela internet e a imagem mostra uma moradora reclamando contra o ato do Presidente.

Diante disso, Gipão suspendeu a sessão e recebeu os moradores na sala da presidência juntamente com os vereadores.  Também acionou o Jurídico da Câmara para conversar com os moradores.

Após a polêmica, o presidente recebeu os moradores no gabinete

Entenda

Ao menos 600 pessoas que moram no setor Alto Bonito em Araguaína, devem ser retiradas de suas casas. O mandado de reintegração de posse da área já foi expedido pela Justiça e pode ser cumprido a qualquer momento.

A disputa judicial da área do setor Alto Bonito, na época Chácara Buriti, começou no ano de 2002 e a decisão final da Justiça ocorreu em 2015. Não há mais recurso e uma imobiliária é a proprietária do terreno.

Ao longo de 15 anos o município fez benfeitorias e os imóveis se valorizaram nesse período. Hoje, o bairro conta com asfalto, iluminação e uma creche. Além de linhas de ônibus, água tratada e vários estabelecimentos comerciais.

Entretanto, o valor de indenização é bem menor, pois o que vale é o da época do início do loteamento.  Na área estão 140 residências, onde moram ao menos 600 pessoas.