A solenidade também contou com a participação especial do grupo de dança cultural
Foto: Divulgação Câmara

Na tarde desta terça-feira (19), a Câmara Municipal de Araguaína realizou uma sessão solene em homenagem ao Dia da Consciência Negra, em atendimento ao requerimento da vereadora Silvinia Pires (PT), que iniciou sua participação recitando o poema “Me gritaram, Negra!”

“Quando chega nesse período tentam de todo modo desmistificar essa luta e essa segregação que o povo negro enfrenta”, alertou a autora da propositura.

A vereadora também destacou que a data foi escolhida por coincidir com o dia da morte, em 1695, de “Zumbi dos Palmares”, um dos grandes nomes da resistência negra e que tombou na luta contra a escravidão.

Robenilson Moura, professor de Psicologia da Faculdade Católica Dom Orione (FACDO), chamou a atenção dos presentes para a discriminação racial e seus reflexos na sociedade atual, que segundo ele, continua tão presente como no nosso passado histórico:

“É importante dizer que o termo “negro”, foi criado pelo homem branco para fins de colonização, dominação. Então, nós não tínhamos isso. Quando viemos da África, nós nos identificávamos, nos reconhecíamos como povos étnicos, não existia diferença entre raça, cor. Essa ideia de que as pessoas brancas são superiores às negras ainda permanece”.

Brasil tem a maior população de origem africana fora da África e, por isso, a cultura desse continente exerce grande influência, que consequentemente se manifesta de forma mais intensa na música, religião e culinária.

Telma Barbosa, presidente da Associação Negra Cor, destacou que conhecer a origem do povo negro, entender sua influência, se identificar com a sua ancestralidade e ter uma referência é um dos principais objetivos a serem alcançados:

“Se identificar como negro, é você respeitar a sua herança familiar; sua herança genética; sua origem. E esta é uma busca que nós brasileiros temos, e que nós precisamos.”

Jhenmerson Rodrigues, superintendente da Secretaria Municipal de Esporte e Cultura, lembrou que a educação é uma forte aliada para combater as desigualdades:

“Eu acredito que só esse trabalho, através do perfil educacional, é que os nossos filhos e as crianças que estão vindo com essa bagagem terão um entendimento mais aprofundado sobre o que é a promoção da igualdade racial.”

A solenidade também contou com a participação especial do grupo de dança cultural “LINDÔ” da Comunidade Quilombola de Cocalinho, localizada no Município de Santa Fé. O grupo se apresentou com danças e músicas semelhantes às brincadeiras de roda e às tradicionais quadrilhas. Onde os participantes dançam aos pares entrelaçam os braços e pulam trocando de par e respondendo o refrão das cantigas, como se estivessem improvisando os versos.