Política

Câmara de Araguaína recebe feirantes e donos de academias para ouvir demandas

Feirantes, autônomos, donos de academias, casas de shows e eventos ainda continuam impedidos de trabalhar

Proprietários de academias durante reunião com vereadores
Foto: AF Notícias

A Câmara suspendeu sessão da última quarta-feira (17) para receber e ouvir as demandas de feirantes e donos de academias em Araguaína. Estes continuam sem trabalhar devido às restrições do comércio determinadas pelo município por causa do coronavírus.

Feirantes, autônomos, donos de academias, casas de shows e eventos ainda continuam impedidos de trabalhar. Essas atividades ainda não foram contempladas pelos decretos de flexibilização do comércio em geral, que voltou a fazer atendimento presencial em Araguaína.

Os feirantes reclamaram que o auxílio emergencial de R$ 600 é insuficiente para cobrir as despesas do dia a dia.  E que as cestas básicas também não garantem a alimentação da família. Diante das dificuldades, pediram ajuda à Câmara para conseguir autorização para trabalhar. Dona Heuzelany Ferreira, feirante há cerca de 20 anos, relatou.

A cesta básica não está dando para manter a família, pois em muitas casas moram de 4 a 6 pessoas. Queremos saber por que os feirantes não podem trabalhar. Os restaurantes já estão abertos! Pedimos ajuda aos vereadores, pois estamos pedindo socorro! Tem gente que não aguenta mais e às vezes nem está buscando a cesta porque não tem dinheiro para o transporte

Já os donos de academias afirmaram que em vários estados já permitiram a reabertura, inclusive a capital Palmas. Eles argumentam ainda que são atividades consideradas essenciais para a população e pediram ajuda da Câmara para retornar as atividades, que estão suspensas por decreto municipal. Garantiram também seguir as medidas exigidas para evitar o contágio do coronavírus.

O público da academia é conhecido e não possui uma circulação de pessoas desconhecidas. Os profissionais conhecem seus clientes. Quem vai à academia está em busca de saúde. Havendo um protocolo de segurança, não há um aumento de risco de contaminação. Estamos sem entender o porquê de impedir o funcionamento. Não queremos que fechem os outros, só queremos entender. No restaurante ninguém bebe e come com máscara, além de receber gente diferente todos os dias. E qual o motivo dessa discriminação e diferenciação com as academias?”, questionou Roger Kunh, proprietário de uma academia esportiva de tênis.

Após ouvir as demandas, o vereador Divino Bethânia Junior se posicionou a favor dos feirantes, mas lembrou da responsabilidade que recai sobre o prefeito Ronaldo Dimas. O parlamentar tem saído em defesa da reabertura do comércio por diversas vezes e defende a reabertura, mantendo exigências como uso do álcool em gel, distanciamento entre as pessoas e uso de máscaras.

Passo o dia ouvindo opiniões para ter um juízo de valor. Apresente um estudo que mostre que a feira municipal é mais contaminante que as portas do banco? Até onde eu sei, vai à feira quem quer. A liberdade das pessoas foi mantida, mas é preciso ter responsabilidade. Ou viveremos escravos desse coronavírus para o resto da vida? Destacou.

O vereador Marcus Marcelo, que é pré-candidato a prefeito pelo PL, também defendeu o funcionamento das feiras com medidas de segurança, a exemplo do espaçamento entre as barracas.

 E também o retorno do funcionamento das academias em Araguaína. — Não tem sentido, já tem 90 dias fechado. Como é que mantém? Aí a crise econômica é muito séria. Nós vamos ter que aprender a conviver com isso. (...) Sei que é complicado, mas vamos ter que buscar um equilíbrio nessa discussão.” Ponderou Marcus.