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Casos de otite chegam a dobrar no verão; Saiba como proteger crianças e adultos

Os mais afetados são crianças que passam mais tempo na água; adultos e adolescentes que frequentam balneários e pessoas com dermatites, eczemas ou psoríase

Em crianças menores pode ser um pouco mais difícil identificar a otite, já que elas não conseguem falar que sentem dor crédito
Foto: Site Lillo

Durante o verão e o período de férias, nos meses de dezembro e janeiro, ocorre um aumento significativo nos casos de otite externa, com relatos de mais que o dobro de episódios. Calor, umidade e atividades aquáticas, como banhos de mar e piscina, criam um ambiente ideal para bactérias e fungos. Os sintomas incluem dor intensa no ouvido, vermelhidão, descamação, coceira, sensação de ouvido entupido e, em casos mais graves, secreção, zumbido e febre.

“Os resquícios de água na orelha após a diversão criam um ambiente úmido propício para o crescimento de bactérias ou fungos, podendo causar a otite externa”, alerta a médica otorrinolaringologista pediátrica Juliana Caixeta. “A dor é intensa e pode piorar até mesmo ao encostar a orelha, o que causa um grande incômodo”, explica.

Grupos mais afetados

As pessoas mais afetadas pela otite são crianças que passam mais tempo na água; adultos e adolescentes que frequentam balneários cachoeira, rio, mar e piscina e pessoas com dermatites, eczemas e psoríase.

Nos adultos e crianças maiores é mais fácil identificar a otite. Entretanto, em crianças menores, pode ser mais difícil detectar o problema, já que elas não conseguem relatar a dor. Por isso, os pais devem ficar atentos ao comportamento dos pequenos.

“Quando uma criança está com um quadro de otite, ao engolir pode doer e a criança chorar. Nos casos de otite externa, os pais vão notar vermelhidão e inchaço na orelha, acompanhados de muita dor quando tocada, mesmo que levemente. A criança também passa a levar a mão ao ouvido várias vezes, como se algo estivesse errado”, esclarece Juliana Caixeta.

Fatores que contribuem para o aumento dos casos

Os casos de otite aumentam nas férias por diversos fatores. A umidade causada pela água acumulada no canal auditivo facilita a proliferação de fungos e bactérias; o calor aumenta a umidade e a irritação na pele do ouvido; o cloro e o sal irritam a pele sensível do ouvido. Soma-se a isso o trauma causado pela limpeza inadequada com hastes flexíveis ou objetos pontiagudos, que podem criar pequenas lesões e abrir caminho para infecções.

Juliana Caixeta alerta que um erro comum é usar cotonetes para limpar o ouvido, o que pode causar perfuração da membrana timpânica. Identificados os sintomas, os pais devem procurar imediatamente um pronto-socorro, pois, se não tratada, a otite pode comprometer até mesmo a audição.

Para amenizar a dor, a médica orienta que se faça uma compressa morna aplicada externamente no ouvido.

Tratamento e cuidados durante a infecção

Uma vez diagnosticada a otite, as crianças não devem ter nenhum contato do ouvido com a água até serem examinadas adequadamente por um médico e iniciado o tratamento correto.

“Ao primeiro sinal de dor, procure o médico, pois o tratamento é feito com analgésicos, antibióticos ou antifúngicos, dependendo do caso. Isso pode evitar complicações”, alerta a especialista.

Prevenção

Para evitar a otite, a recomendação é secar bem os ouvidos após mergulhar, inclinando a cabeça; evitar hastes flexíveis e objetos pontiagudos para limpeza; controlar o tempo de permanência na água; usar protetores auriculares em piscinas e no mar; e não pingar nenhuma substância no ouvido sem orientação médica.

A médica otorrinolaringologista Juliana Caixeta explica que é importante cuidar do ouvido após o contato com a água Foto – Karen Tondato

Juliana Caixeta reforça que o cuidado após o contato com a água é fundamental.

“Depois da brincadeira na água, durante o banho da criança, é importante lavar a parte externa da orelha com água corrente para retirar o excesso de areia ou até mesmo de cloro”. O conselho também vale para adultos.