
Um segundo aparelho celular foi encontrado no Colégio Darcy Ribeiro em Palmas, no dia da aplicação da prova do concurso da PM-Tocantins, dia 11 de março. Desde então, o fato estava mantido sob sigilo, mas foi revelado agora pelo Ministério Público Estadual (MPE), ao instaurar Inquérito para investigar a fraude.
A investigação fica a cargo do promotor Adriano César Ferreira das Neves, da 28º Promotoria de Justiça, em Palmas. Segundo a portaria (nº 1964/2018), publicada dia 24, o MPE solicitará à 2ª Delegacia de Palmas informações sobre o resultado da perícia realizada no aparelho celular.
Além disso, informa que os alvos da investigação serão o Comando-Geral da Polícia Militar e a banca realizadora do concurso, a AOCP Concursos Públicos.
O MPE justificou que o Inquérito visa apurar possível comprometimento da lisura do concurso e aponta os indícios. "Considerando que a irregularidade relatada indica possível vício no concurso público que afeta a lisura, a idoneidade, competitividade e a moralidade na realização do Certame, configurando possível violação de princípios administrativos, dentre eles da legalidade, impessoalidade, moralidade".
1º celular apreendido
Em Araguaína a Polícia também apreendeu em março um celular na Faculdade Católica Dom Orione, local de aplicação de provas. Segundo a Polícia Civil, o aparelho continha uma mensagem com o gabarito da prova, sendo que 40 das 60 respostas estavam certas. Ao todo, 13 pessoas foram presas.
Mentor preso
O mentor da fraude, segundo a PC, é Antônio Concurseiro, preso durante a Operação Aleteia em junho deste ano. Conforme a investigação, ele fez a prova em Araguaína usando nome falso, saiu antes dos outros e encaminhou o gabarito por mensagem aos demais envolvidos. A PC estima que o gabarito com as respostas chegou a pelo menos 100 pessoas, 10% do total de vagas.
Segundo a PC, para comprar uma vaga o candidato a PM do Tocantins desembolsou a média de R$ 5 mil reais, já antecipado. Se fosse aprovado, o PM pagaria 45 mil a Antônio Concurseiro, comprometendo assim os dez primeiros salários.
A PC descartou vazamento da prova e disse que a fraude se deu devido a capacidade intectual de Antônio em conseguir responder as provas e decorar o gabarito, para assim enviar por mensagem posteriormente.
Certame
O concurso da PM, realizado no Governo de Marcelo Miranda, está suspenso de desde março e sem data para dar prosseguimento. Foram ofertadas 1.040 vagas, sendo 1 mil para policiais e 40 para oficiais.
Outro lado
AOC negou qualquer "prova de que algum candidato tenha obtido êxito" de forma " a afetar a lisura do certame".
A Polícia Militar informa que o certame continua suspenso por decisão judicial e decisão administrativa do Tribunal de Contas do Estado e aguarda ser notificada sobre a instauração da ICP para os encaminhamentos cabíveis.
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