Fernando Almeida/Araguaína Notícias

Em cumprimento a determinação da Justiça de Goiatins (TO), cerca de 40 famílias tradicionais que ocupam a Gleba do Tauá-Barra do Ouro serão despejadas neste quinta-feira, 12.  De acordo com a Comissão Pastoral da Terra (CPT), a área com 17,7 mil hectares pertence à União, mas  é cobiçada pelos ‘grileiros da soja.’

O mandado de reintegração de posse foi expedido no último dia 24 de outubro pelo Juiz Luatom Bezerra Adelino de Lima, da Comarca de Goiatins (TO).  Os detalhes para o cumprimento foram acertados numa reunião ocorrida no dia 29, na sede do 2º BPM em Araguaína.

Dentre os que serão despejados, está a líder camponesa Raimunda Pereira dos Santos (73 anos), que vive no local há mais de meio século. No local, ela cultivou a agricultura de subsistência e criou 11 filhos biológicos e dois adotivos, além de netos.

A CPT considera o caso da camponesa como emblemático e questiona a decisão judicial que manda despejá-la. Afirma ainda que a decisão é injusta, causa estranheza e revolta. “São coisas absurdas que a gente não consegue entender como funciona a Justiça do nosso Estado,’ disse  ao AN Edmundo Rodrigues Costa, coordenador da Pastoral em Araguaína.

Ainda de acordo com Edmundo, a entidade já entrou com recurso no Tribunal de Justiça do Tocantins e espera reverter a situação.  O mandado de reintegração será cumprido nesta quinta-feira, 12.  E o policiamento para manter a ordem sairá da cidade de Barra do Ouro às 7h00.  Consta no relatório do 2º BPM o despejo de 40 ‘posseiros’, informou a CPT.

Segundo a Pastoral, a prefeitura de Barra do Ouro ainda não providenciou abrigo para as famílias a serem despejadas.