Lojistas da Feirinha de Araguaína estão revoltados com a falta de segurança e os constantes furtos na região. Comerciantes ouvidos pela reportagem relatam que não têm sossego. Mesmo investindo em equipamentos de segurança, temem ser a próxima vítima.
Na madrugada desta sexta-feira (28), uma loja de celulares teve as portas e os cadeados arrombados. Criminosos levaram uma caixa de som e um notebook. A PM foi acionada e chegou a prender um suspeito com eletrônicos, mas a vítima não reconheceu os objetos como sendo de sua loja.
Além do prejuízo com produtos furtados, o empresário sofre com os custos para reparar os danos ao estabelecimento. É o que relata o comerciante Ciro Parente.
Danos
“Quase todo dia está tendo um roubo numa loja. Nas madrugadas arrombamentos. E nós que somos comerciantes e pagamos nossos impostos estamos preocupados. Quando você é arrombado, é um prejuízo que toma. Pelo momento que estamos passando em nosso país, todo prejuízo já é uma despesa a mais”.
O empresário cobra ao poder público mais policiamento e alguma ação com usuários, que são os principais autores de furtos na região. “A maioria desse povo que está invadindo as nossas lojas são dependentes químicos. Então, se ele for preso e soltar, com certeza vai voltar de novo e arrombar outras lojas”. Alerta Ciro.
Sem sossego
A empresária Djane Canuto também reclama do descaso com a segurança na região e diz que não tem sossego. “A gente não aguenta mais tanta insegurança, tanto descaso. Cada noite é um. Semana passada foram várias lojas, ontem à noite já teve mais uma loja roubada. A grade não adianta. Todos os dias a gente vai pra casa preocupado com quem vai ser a próxima vítima”.
Impunidade
Djane chama a atenção para a impunidade dos autores e pede posicionamento do poder público. “Tem que haver uma solução. Eles arrebentam a grade, quebram o vidro. Às vezes pra roubar uma porcaria, de valor mínimo. Mas a questão é saber da certeza da impunidade. Porque quando é preso no outro dia tá solto”.
A empresária contou que recentemente foi vítima de furto e autora apesar de ter sido presa foi liberada no dia seguinte. “A bandida que foi presa aqui no dia do furto, dois dias depois foi solta. Fiquei a manhã inteira na delegacia, com fome, com sono, cansada. E ela sentada numa cadeira dormindo tranquilamente”.
Proteção privada
O empresário Adilson Moreira Melo relata que apesar do investimento em proteção privada, os criminosos dão jeito de invadir as lojas para furtar.
"A gente tenta tomar todas as providências para criar uma proteção, mas infelizmente pra essas pessoas, bandidos, usuários, tudo que se faz nada adianta. Pode colocar qualquer proteção, mas infelizmente não se sabe como eles conseguem entrar em todas as empresas".
"A minha [loja] já foi invadida três vezes. Quebram o blindex, a fechadura, o cadeado. Eles tem uma facilidade muito grande para cortar os cadeados". Revela Adilson.
Outro lado
Para comentar sobre a reclamação dos empresários, a reportagem ouviu o Comandante do 2º BPM, TEN CEL Valdeone Dias. Ele explicou que a Polícia Militar tem feito seu trabalho ostensivo, preventivo e reativo.
“A gente tem prendido muito e tirado muitas pessoas de circulação. A questão é que a gente realiza as prisões, conduz o infrator para a autoridade policial. No entanto, pela questão do nosso sistema jurídico, essas pessoas entram em liberdade e voltam a cometer crimes”.
Ele afirmou que a PM não vai baixar a guarda e lançou um curso no batalhão para atrair policiais de outras unidades e melhorar a atuação. “Foi lançado o curso de Força Tática, vamos receber policiais de outras unidades, de outros estados, para tenta dar uma dinâmica diferente para a cidade de Araguaína”. Finalizou.