
O atendimento na UPA de Araguaína será cortado quase pela metade e a média de 100 pacientes serão recusados por dia, sendo encaminhado às UBS. O motivo da redução do atendimento é a falta de repasse da prefeitura ao ISAC, responsável pela gestão da saúde no município. Segundo o Instituto, a dívida a receber da prefeitura de Araguaína, na ordem de R$ 7,1 milhões.
A redução do atendimento inicia nesta segunda-feira (3) e atinge ainda o Hospital Municipal (HMA) e o Ambulatório de Especialidades (AME).
Os problemas na saúde de Araguaína já haviam sido noticiados pela imprensa local, como falta de combustível para veículos do CCZ e da Secretaria de Municipal de Saúde.
Falta de recursos e medidas
Em nota, o Instituto Saúde e Cidadania ? ISAC, informou que, "em virtude dos problemas de repasses dos recursos públicos para a manutenção das unidades, precisou tomar medidas para contingenciamento de custos, a fim de não prejudicar ainda mais a folha de pagamento dos colaboradores."
Segundo o próprio ISAC, a falta de repasse se arrasta desde o mês de abril e agora em novembro a dívida chegou a R$ 7.113.383,21. Ainda conforme o instituto, a "pendência diz respeito a repasses mensais abaixo do valor de contrato e não a atrasos de meses não pagos." Os valores são referentes ao gerenciamento da UPA, HMA e AME.
Pacientes recusados
Em virtude disso, segundo o ISAC, a UPA dará prioridade para os atendimentos urgentes, classificados nas cores Vermelha, Laranja e Amarelo. Já os pacientes calassificados nas cores verde e azul representam 42% de todos os atendimentos diários. " A previsão é que cerca de 100 pacientes sejam encaminhados, por dia, aos postinhos." Diz a nota.
O ISAC defendeu que a "medida é necessária para que não haja a paralisação completa dos atendimentos na UPA" e disse que a decisão já foi informada à Secretaria Municipal de Saúde e ao Conselho Regional de Medicina do Tocantins (CRM-TO).
"Outras ações de contingenciamento que já vêm sendo tomadas desde o dia 17 de outubro são a redução de 80% na oferta de consultas especializadas no AME, assim como a diminuição em 70% dos atendimentos em oftalmologia (consultas, exames e cirurgias), além da suspensão das cirurgias eletivas."
O ISAC reforçou em nota que as medidas acima citadas foram a única alternativa encontrada para assegurar um mínimo de equilíbrio financeiro na gestão dos recursos repassados às unidades.
Assim que os pagamentos forem regularizados, a prestação dos serviços também será normalizada. Já a secretaria informou que fará a comunicação oficial da medida para o Conselho Municipal de Saúde e ao Ministério Público.
A reportagem procurou a prefeitura e aguarda resposta.