O suicídio já é a 2ª maior causa de morte de adolescentes
Foto: Imagem Ilustrativa

Quem  leva o inferno para dentro de si não pode reclamar do diabo. Ou cuidamos melhor da vida familiar e da saúde mental na sociedade ou a coisa tenderá só a pior.

Como estudioso do comportamento humano e numa condição investigativa, permito-me  fazer-nos  algumas perguntas objetivas, de forma direta e franca, que, no fundo, não precisamos responder a ninguém, mas só a nós mesmos.  E ainda se quisermos. Porque o assunto é bem pesado e poucos topam leva-lo até o fim.

Porém, claro está que no Brasil, Tocantins e Araguaína incluídos, o suicídio de adolescentes  assume proporções epidêmicas. Você já se deparou com um caso real de tentativa ou até chegou a  ver algum jovem ou adolescente premeditar  a própria morte? Você se sente preparado para enfrentar um desafio desse na própria família? Tem conhecimento suficiente e disposição de ajudar alguma vitima ao seu redor?

Dê uma busca no portal Araguaína Notícias, veja quantas notícias de suicídio, só aqui. Quem nos alertou para isso foi o vereador Terciliano Gomes, quando, estupefato com o índice de suicídios apresentado no 2º Simpósio de profissionais e estagiários de saúde mental de Araguaína realizado no IEPAC pela ong Futuro. Dali voltou para o Câmara preocupado e já encaminhando providências junto ao poder público.

Nestes anos, Araguaína já fez diversos eventos de conscientização e estudos na UFT, na Secretaria da Saúde, na Igreja Católica  e no setor de Psiquiatria do CRM como recentemente. Bem como se tem notícia de outros em preparação para estudar saídas para a saúde mental que inclui combater a ansiedade, depressão e tantas enfermidades que levam a perder o sentido da vida.

  O Conselho Nacional de Saúde (CNS) por esse link fornece orientações governamentais para o assunto da saúde mental. 

O blogueiro carioca Galeno Amorim, conhecido como divulgador do hábito da leitura, fornece uma lista de livros que tratam deste.  Pergunta ele: “Alguma vez, ao terminar de ler um determinado livro, você chegou ao fim daquela leitura com uma sensação de que ler aquilo simplesmente salvou sua vida?” Ou de forma um pouco menos drástica:  Alguma vez a fala de algum personagem ou certa situação de um livro ajudou você a assumir uma decisão ou, então, a lidar com um problema ou dificuldade que andou preocupando você?

Se a sua resposta foi positiva para qualquer uma das questões acima, você faz parte dos dois terços de educadores formais e não formais, bibliotecários, autores, gestores e agentes de projetos de leitura que dizem que, ao menos uma vez na vida, se inspiraram ou se livraram de alguma grande enrascada graças a um livro que leram e o fizeram pensar. Há muitos bons livros que visam orientar sobre este desagradável fenômeno do suicídio no meio dos adolescentes.

Em 2016, 846 jovens e adolescentes tiraram a própria vida no Brasil. Citando apenas os que morreram e desprezando os outros tantos que apenas tentaram.  O suicídio já é a 2ª maior causa de morte nesta fase da vida.  

 Na década de 1980, um estudo nos EUA dizia que essas mortes poderiam ocorrer por imitação. Isso reforçou a ideia de que não se podia falar sobre o assunto. Mais de 30 anos depois, contudo, a Organização Mundial da Saúde vai na direção contrária, e diz que sim, precisamos abrir o jogo sobre o suicídio e a tendência de auto rejeição com auto destruição:  "Não é proibido falar, só não podemos falar de forma errada”, alerta o psiquiatra Antônio Geraldo da Silva, presidente da Associação Psiquiátrica da América Latina (APAL), citado por Amorim.

A questão está presente em todos os estados brasileiros, em todas as classes sociais, na escola pública e na particular, em cidades pequenas e nas metrópoles. E tem tirado o sono de pais, educadores, terapeutas, médicos, líderes religiosos, MP, bibliotecários, autoridades, agentes de projetos de leitura,  com todos que trabalham com adolescentes.

Então volta a pergunta, quem de nós está pronto para um sacode desses? Alguém cheio de vida na flor da idade, desistindo espontaneamente de viver? E ainda: Como eu percebo quando há algo estranho? Quais os sinais podem me servir de alerta o mais cedo possível?  Tenho que ficar atento ou não há nada que eu possa fazer para detectar, acolher e lidar com o problema antes da hora H? Como encaminhar e agir, de modo minimamente satisfatório, em cada caso?

Essas perguntas parecem crueldade minha, mas servem ao propósito amoroso de nos preparar para emergências que podem salvar uma ou várias vidas em casa e ao nosso redor,  pois tudo isso já é o dia a dia dos adultos que lidam com adolescentes e estas indagações são as que mais se fazem. Felizmente, muitos  encontram respostas antes da fatalidade acontecer. Mas, infelizmente, nem sempre é assim.

Em face de tudo isso, esperar muito seria fatal. Quem se deparar com qualquer indício do problema procure urgentemente ajuda profissional.

Galeno Amorim prestou um bom serviço com esse compartilhamento e honra seja dada a quem a merece. Ele tem no blog uma lista de  livros de especialistas para nos ajudar a enfrentar esse dilema e conseguindo alcançar resultados bastante satisfatórios. Então se lhe interessar eu mesmo farei a segunda publicação sobre o suicídio de adolescentes já com essas indicações.

Leia essa reportagem da bela iniciativa do Ministério Público do Tocantins, para enfrentamento da questão na sua própria raiz.

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