O verão tocantinense chegou e até o fim de setembro a promessa da meteorologia é de muito sol, céu limpo e tempo seco. Mesmo com a pandemia, muita gente aumenta o tempo de exposição solar nas piscinas, balneários e até nas praias de água doce. Mas a atenção precisa ser dada para outro cenário: os hábitos do dia a dia.
Eles são responsáveis por 70% da radiação solar recebida pelo ser humano, segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia.
“Estamos falando dos deslocamentos para o trabalho, compras e demais afazeres pessoais como exercício físico ao ar livre, situações em que a pele transpira excessivamente e demanda uma troca repetida do protetor solar. Claro que, nesse período de quarentena, essa exposição diminuiu, mas muitas pessoas mantiveram sua rotina normal e o cuidado tem que ser redobrado”, informa Macilon Irene, médico oncologista da Oncoradium, centro responsável pelo tratamento contra o câncer no Hospital Regional de Araguaína.
Crie uma nova rotina
Mesmo quando estiver nublado, o que é raro por esses tempos, a recomendação é usar protetor solar com FPS mínimo de 30. A reaplicação padrão do protetor solar deve ser feita de três em três horas, mas esse intervalo diminui (de 2 em 2 horas) em casos de transpiração excessiva, exposição solar prolongada ou após sair da água.
Para os profissionais que trabalham de moto, bicicleta ou ao ar livre, a orientação é usar também roupas de manga comprida com proteção UV, além de chapéus e óculos, também com barreira aos raios ultravioletas.
Câncer de pele
Este tipo de câncer, que é o mais incidente em nossa população, está relacionado, na maioria das vezes, com o estilo de vida, ou seja, qualquer pessoa terá maior chance de desenvolver se não se proteger da exposição contínua e prolongada dos raios solares.
Evitar a exposição excessiva ao sol e proteger a pele dos efeitos da radiação UV são as melhores estratégias para prevenir o melanoma e outros tipos de tumores cutâneos.
O oncologista Marcilon explica que há dois tipos: o não-melanoma e o melanoma.
“O tipo mais comum, o câncer da pele não melanoma, tem letalidade baixa, porém seus números são muito altos. Contudo, ele tem altas chances de cura se for detectado de forma precoce. Já o segundo, o melanoma, é bem mais agressivo, com alta taxa de letalidade e tem também a capacidade de se espalhar para outros órgãos”.
Dados preocupantes
Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, entre 2013 e 2019, cerca de 77 mil pessoas foram diagnosticadas com câncer de pele no país. Já entre 2008 e 2017, 33 mil brasileiros morreram em decorrência da doença.
O câncer da pele responde por 33% de todos os diagnósticos desta doença no Brasil, sendo que o Instituto Nacional do Câncer (INCA) registra, a cada ano, cerca de 180 mil novos casos.
Nunca é demais lembrar
Além do uso de protetor e demais métodos de bloqueio dos raios solares (chapéu, roupas, óculos de sol, etc.), as recomendações incluem evitar a exposição solar entre as 10 e 16 horas, ingestão frequente de água e, para aqueles que frequentarão piscinas, praias e balneários, é importante renovar o protetor sempre que se molhar e ficar abrigado embaixo de barracas ou tendas.