Especialistas afirmam que há subnotificação porque nem todas as pessoas atacadas procuram a polícia.
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Um levantamento feito a partir de dados da Secretaria de Segurança Pública do Tocantins indica que 80% das vítimas de estupro no estado têm menos de 15 anos. Entre janeiro e setembro de 2020 o estado registrou 422 casos e em 350 deles as vítimas tinham 14 anos ou menos. São os casos chamados de 'estupro de vulnerável' no âmbito da Justiça.

Os outros 82 casos tinham como vítimas pessoas acima desta faixa etária e por isso são classificados como 'estupro', sem o agravante relacionado a idade das vítima.

O Ministério Público do Tocantins (MPTO) acredita que os números são ainda maiores, já que boa parte das vítimas acaba não procurando a polícia. "O poder público tem a obrigação legal de qualificar equipes técnicas, seja na saúde, na assistência, na educação; em todos os equipamentos públicos, de pessoas capacitadas para compreenderem sinais e sintomas de que está sofrendo violência", diz o promotor de Justiça Sydeney Fiori.

A neuropsicóloga Rosivânia Tosta afirma que também é preciso cuidado com o tratamento de sequelas psicológicas. "Precisa retirar ela daquele contexto do abuso. Então o cuidado e a atenção têm que ser integrais. O cuidado médico, a saúde, o cuidado emocional. Para que essa pessoa possa estar segura para construir os seus relacionamentos e possa estar livre deste ciclos de violência".