Em entrevista ao AN o delegado Regional de Araguaína, Bruno Boaventura, falou sobre a ação de quatro PMs que deixou um colega ferido em Guaraí. O fato ocorreu na manhã deste sábado (28) e o delegado atingido trata-se de Marivan da Silva Souza. Bruno foi enfático ao dizer que os militares atiraram para matar e o Marivan "escapou por milagre".
O delegado criticou a ação dos P2, que nas palavras dele, estavam "supostamente investigando" o assalto do carro forte. "Coisas que eles não podem fazer depois que o crime ocorre. Essa atribuição é nossa", enfatizou o delegado regional, apontado erros na abordagem do veículo em que estava Marivan.
Abordagem"Quando se depararam com um carro que eles entenderam como suspeito. Quando chegaram próximo a este carro, ao invés de dar uma ordem de parada pela suspeita, eles [PMs] dispararam vários tiros de fuzil por trás". Destacou Bruno, ressaltando que um dos tiros passou pelo orelha do colega e um de raspão na cabeça.
Escapou por milagreAinda segundo Bruno, pelas perfurações no carro do delegado Marivan, é possível afirmar que os tiros são de fuzil
762, mais potente que o AR-15 e diz que o colega escapou por milagre. "Foi um atentando não contra um policial, mas contra a sociedade em si. Poderia atingir qualquer pessoa que estava passando. (...) A tragédia só não foi maior por sorte, por milagre. Porque uma hora dessa era para o delegado estar morto. Eles atiraram para matar o delegado".
Bruno relatou ainda a versão de uma testemunha ocular do caso, que afirma ter salvo a vida do delegado Marivan. "Depois que ele desceu do carro, sangrando, no chão, uma das testemunhas disse que se ele não tivesse intervido, provavelmente eles teriam matado o delegado. Porque um gritou que não fizesse isso porque era delegado", observou Bruno.
Ação de riscoO delegado regional reiterou que foi um fato gravíssimo, entende como uma tentativa de homicídio e apontou que a ação colocou em risco também a população.
"Atiraram para matar. Não mataram por uma circunstância alheia à vontade deles. Os tiros [de fuzil] foram de trás, sem chances nenhuma de defesa. (...) Eles entenderam que o carro era suspeito, ao invés de abordar pela suspeita, decidiram antes disso atirar. E tinha várias pessoas na rua no momento. (...) Por sorte não morreram, estavam na linha de tiro. (...) Não matou outras pessoas por milagre também".
O delegado Bruno disse ainda que os PMS ainda não se apresentaram e estão fugindo da responsabilidade. Ele também ressaltou que não havia blitz, nem PMs fardados ou viatura caracterizada.
"Ele [delegado] foi atingido sem saber o que estava acontecendo. Viatura e sem placa. O delegado pode ter imaginado que eram bandidos. Um atentado contra ele" considerou Bruno.
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