Em greve, profissionais da educação realizaram uma manifestação na manhã desta segunda-feira, 3, na Câmara de Araguaína. Esta é a segunda vez em que eles vão à Casa de Leis, em busca de apoio para a mesma causa. A mobilização é contra o projeto de Lei enviado pelo Executivo ao Legislativo, que prevê mudanças no PCCR  (Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração)
da educação municipal.
 
Os educadores acompanharam a sessão realizada no plenário da Câmara nesta manhã e, em seguida, fizeram uma manifestação em frente ao prédio do Legislativo. Eles cobraram dos vereadores o voto contrário à atual redação do projeto ou que apresentem emendas para modificar pontos que possam prejudicar os profissionais da educação.
 
O prefeito mandou [para a Câmara] um PCCR acabando com o plano de carreira dos professores. Estamos reivindicando que retire e sente com a categoria para discutir pontos pertinentes frisou a presidente do Sintet em Araguaína, Rosy Franca, em entrevista ao AN.
 
A sindicalista pontuou que o projeto retira dos professores os incentivos por qualificação, como pós-graduação, mestrado e doutorado. Segundo Rosy, também elimina os triênios.
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“E isso, ao invés de ser um direito, cujo valor incide na aposentadoria do profissional, passa a ser uma gratificação, observou. Gratificação o prefeito dá e tira na hora que quiser. Nós não podemos ter uma carreira subordinada ao pensamento de um gestor” destacou Rosy Franca, defendendo mudanças no projeto que tramita na Câmara.
 
 
Neste domingo, 2, a Prefeitura de Araguaína anunciou a retomada das aulas na rede municipal de ensino.
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“As escolas municipais vão funcionar normalmente. Haverá aulas para todas as crianças. Alguns professores optaram por aderir ao movimento do sindicato. Mesmo assim, a Secretaria da Educação garantiu equipes e organização para manter o atendimento sem prejuízo às famílias e aos alunos," diz o comunicado divulgado nas redes sociais pela Prefeitura.
 
 
No entanto, Rosy Franca afirmou em frente à Câmara que a greve da educação continua por tempo indeterminado e que o movimento grevista seguirá até que o prefeito Wagner Rodrigues dialogue com a categoria.
 
Em nota, o Sintet explicou que os professores concursados aderiram ao movimento grevista, enquanto os contratados retornaram às salas de aula.
 
“O grande número de contratos impacta na adesão, pois muitos profissionais têm medo de perder o emprego e acabam indo às escolas pressionados pela gestão. É por isso que surgem informações desencontradas sobre a greve. Mas, entre os professores efetivos, cerca de 99% aderiram ao movimento, exceto aqueles que ocupam cargos de confiança”, informou a presidenta do Sintet Regional de Araguaína, Rosy Franca.
O outro lado
A Prefeitura informou nesta segunda-feira, 3, que o salário inicial para professor efetivo da Educação Básica, com carga horária de 40 horas semanais, é de R$ 4.867,77, valor correspondente ao piso nacional. No entanto, alguns professores concursados do Município já possuem salários que variam de R$ 10 mil a R$ 20 mil, de acordo com as progressões.
O preço da educação
De acordo com relatório da Secretaria Municipal da Fazenda, o custo mensal da folha de pagamento da Educação é de aproximadamente R$ 16 milhões — o que representa 50% de toda a folha do Município, atualmente em torno de R$ 32 milhões mensais.
 
“Araguaína é uma das cidades do Tocantins que mais investe em educação e, quando se fala em investimentos, não podemos esquecer da merenda escolar, da reforma das escolas, dos materiais didáticos e de tudo que possibilita um ensino de qualidade, que tornou nossa cidade premiada nacionalmente. Investimos em salários de professores, mas com responsabilidade, sem colocar em risco as contas públicas, e isso precisa ser esclarecido”, explicou o prefeito Wagner Rodrigues.