O número de estudantes que abandonam os estudos na Educação de Jovens e Adultos (EJA) na capital tocantinense é alto. "Quando realizei minha pesquisa, em 2012, o índice de evasão era de mais de 60%", conta o professor de História do Câmpus de Porto Nacional da Universidade Federal do Tocantins (UFT), Vilson Pereira dos Santos. Apontando os principais motivos de desistência dos alunos, o professor publicou o livro "Sujeitos do EJA: entre o direito a educação e o mundo do trabalho e os muros da escola", pela Editora Nagô. Na pesquisa desenvolvida durante o curso de mestrado em Educação (PUC-GO), concluído em 2012, Santos identificou três motivos da evasão escolar. O mais evidente é relacionado ao trabalho, pois para a maioria dos jovens e adultos conciliar os estudos com as jornadas de trabalho se torna difícil e cansativo. Outro fator que influencia a desistência do EJA é o que o professor chama de "conflitos de idade", já que nessas turmas costumam se matricular pessoas entre 19 e 59 anos. Por fim, o terceiro motivo mais evidente está relacionado a problemas de saúde.

O EJA é a modalidade de educação básica que atende jovens e adultos que não tiveram acesso ou, por algum motivo, não puderam concluir o Ensino Fundamental e o Ensino Médio. A pesquisa teve abrangência nacional e estadual, mas teve como foco principal a cidade de Palmas.

Para realizar a pesquisa Santos estudou seis casos. Ele conversou com cinco homens e uma mulher, sobre os motivos de voltar a estuda e posteriormente, abandonar a empreitada. Para o professor, uma das possíveis formas de enfrentar o alto índice de evasão é investir mais nesse modelo, tanto na parte material e de infraestrutura de ensino quanto na capacitação de pessoas para trabalhar com EJA.