A Justiça Federal condenou, nesta segunda-feira, 2/12, o empresário araguainense Márcio César Trindade Oliveira a 10 anos, oito meses e 24 dias de prisão. Ele foi um dos alvos da operação Rota Caipira, deflagrada pela Polícia Federal em 26 de abril de 2023. As informações são do Jornal do Tocantins.
Trindade foi solto em agosto de 2023 e respondia ao processo em liberdade. Agora foi condenado pelo crime de financiamento/barra custeio do tráfico internacional de drogas. Ele pode recorrer da decisão em liberdade, mas caso a pena seja mantida, deve ser cumprida em regime inicialmente fechado.
O empresário é um dos 28 alvos da Operação Rota Caipira, deflagrada pela PC contra um grupo suspeito tráfico internacional de drogas. Na época, a investigação da PF apontou que o grupo comprava cocaína na Bolívia e no Peru. Depois eram transportados de avião para capitais de estados do Nordeste como São Luís (MA), Terezina (PI) e Fortaleza (CE).
A decisão da Justiça Federal foi proferida na segunda-feira, 2, e é assinada pelo juiz titular Victor Curado Silva Pereira. De acordo com o JTO, outros dois réus foram absolvidos dos crimes de associação ao tráfico e lavagem de dinheiro.
Márcio César Trindade também foi absolvido destas duas acusações, mas acabou sendo condenado pelo financiamento/custeio do tráfico internacional de drogas.
“Conforme o processo, uma aeronave modelo Beech Aircraft, modelo 58 (Báron), adquirida pelo empresário foi entregue a uma organização para ser utilizada no transporte de grandes quantidades de cocaína.” Frisa a reportagem do JTO.
De acordo com a publicação, o avião passou por alterações para supostamente fazer o transporte de drogas para países da América do Sul. Para a Justiça, o financiamento do tráfico, por parte de Márcio Trindade, ocorreu de 13 de março de 2019 e 4 de agosto de 2021.
O juiz não aceitou argumentos apresentados pela defesa para contestar o financiamento de tráfico internacional. “ Ao tentar se desvencilhar da propriedade de fato da aeronave, o réu, literalmente, criou uma narrativa falaciosa, repleta de flagrantes inconsistências, que só serviu para corroborar a materialidade e autoria delitivas", diz trecho da decisão.
Na sentença, o juiz também determinou, a pedido da defesa, que os bens sequestrados pela PF sejam restituídos aos réus.
Ao JTO, a defesa do empresário frisou que ele foi absolvido de outros dois crimes e que vai recorrer da condenação de prisão. "Não existem fundamentos lógicos para essa condenação e nós iremos buscar a reversão dessa decisão de primeira instância no tribunal em Brasília, em segunda instância", armou o advogado Edgar Mondadori.