A soltura ocorreu 48 horas após a contadora e o empresário serem presos

A contadora Maria da Conceição Braga e o empresário das Lojas Economia de Araguaína, Leonam de Almeida Linhares, foram soltos pela Justiça cerca de 48 horas depois de terem sido presos pela Polícia Civil durante a 2ª fase da operação "Walking Dead", deflagrada na manhã da última sexta-feira (15). As prisões tinham duração inicial de cinco dias.

A soltura foi determinada pelo juiz plantonista Deusamar Alves Bezerra ainda no domingo (17). O auditor fiscal do Estado, Darlan Carvalho Lima, também teve a prisão temporária decretada, mas está foragido.

O Ministério Público Estadual (MPE) chegou a se manifestar, em parecer, contra o conhecimento do pedido de soltura do empresário, justificando que não seria matéria a ser decidida durante o plantão.

Contudo, o juiz disse que conversou, via telefone, com o delegado de polícia responsável pelo inquérito antes de decidir pela soltura. "Este afirmou não dispor mais de interesse pela manutenção da prisão do requerente [empresário]", diz.

Entenda

A Delegacia Estadual de Repressão a Crimes contra a Ordem Tributária (DOT) deflagrou, na sexta-feira (15), a 2ª fase da operação "Walking Dead" que investiga a abertura de "empresas fantasmas" registradas em nome de pessoas humildes e sem instrução, os "laranjas", e até de pessoas já falecidas.

Uma das empresas investigadas é a Lojas Economia, que fica na Avenida Cônego João Lima, inicialmente registrada em nome das empresárias Flávia Albino da Silva Linhares, esposa de Leonam, e uma prima dela Kezia Megda dos Santos Mendes. Com a razão social Arcotec ? Center Modas LTDA a empresa chegou a ser transferida entre 2013 e 2014 para o nome de Sandra Pereira da Silva, já falecida desde 2010.

Segundo a polícia, para conseguir sucesso na empreitada criminosa, o empresário e a contadora teriam contado com a ajuda de um auditor fiscal, que, na época, ocupava cargo de chefia e teria chancelado a troca de sócios da empresa.

A investigação aponta que irregularidades encontradas no esquema envolvendo a loja sonegaram tributos e efetivaram lavagem de dinheiro que causaram um prejuízo de R$ 1.529.866,27 em impostos não arrecadados.

Durante as buscas, os agentes apreenderam uma arma de fogo com o empresário, que não possuía registro nem autorização para portá-la, sendo, por isso, ainda autuado em flagrante por posse ilegal de arma de fogo. Ainda no decorrer da ação policial, foram apreendidos R$ 165 mil em espécie, bem como documentos que ligam a empresa investigada aos alvos.