Com autorização Judicial, a Polícia Civil grampeou os celulares dos vereadores de Augustinópolis durante 30 dias. A interceptação começou dia 4 de dezembro de 2018, identificou 16.444 contatos entre os parlamentares e resultou num relatório de 120 páginas com transcrição de diálogos. Eles discutiram valores, falaram de empregos na prefeitura e reclamavam dos atrasos da "mesadinha".
Nem toda a conversa foi gravada, pois a maioria das chamadas erem feitas pelo WhatsApp, que é criptografado. Mesmo assim, a polícia flagrou os "deslizes" dos vereadores comentando os conchavos.
Segundo a PC, a data do pagamento era a partir do dia 20 e o valor dependia da influência política do vereador: oscilava entre R$ 1 mil e R$ 8 mil.
Porém, dia 24 de dezembro, às vésperas do natal, a PC interceptou ligações em que, por deslizes, vereadores comentavam sobre o atraso da possível mesadinha.
Em um dos diálogos com o colegaAntônio Silva Feitosa, a vereadora Ângela Maria Silva Araújo comenta. "Rapaz, moço, hoje já é vinte e quatro. Os vereadores tudinho precisando daquilo."
Depois de advertida para não falar por telefone, Ângela diz que se refere a um documento. Em outro trecho, no dia 24, o vereador Edivan Neves da Conceição fala com o colega Wagner Mariano Uchôa. "Eu tô doido pra pegar esse negócio lá hoje, tô agoniado." Wagner, assim como Angela, também diz se tratar de um documento.
Segundo a PC, os diálogos versam "as conversações essencialmente sobre conchavos políticos e cobrança para o pagamento de vantagens indevidas".
Diante das evidências, a Justiça decretou a prisão de 10 dos 11 vereadores da cidade. Sete foram presos e três estão foragidos.
A Reportagem não conseguiu contato com os citados na matéria, mas o espaço permanece aberto.
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http://araguainanoticias.com.br/noticia/53513/justica-decreta-prisao-de-10-dos-11-vereadores-de-augustinopolis-pc-cumpre-os-mandados/