Três pessoas foram indiciadas pela PC por suspeitas de envolvimento no esquema criminoso

A 1ª fase da Operação Espectro, deflagrada pela Polícia Civil, desarticulou esquema de funcionários fantasmas na Assembleia Legislativa do Tocantins (AL-TO). Os detalhes foram apresentados à imprensa na manhã desta quinta-feira (22), durante entrevista coletiva na capital Palmas. O prejuízo aos cofres públicos chegou R$ 170 mil, segundo a PC.

Indiciados

Três pessoas foram indiciadas pela PC: o advogado e ex-diretor Geral da AL, Antônio Ianowich (suspeito de chefiar o esquema); o coordenador de Almoxarifado e Estoque, Flávio Negreiros Alves (suspeito de ser o operador) e o ex-Diretor de Modernização Tecnológica Danilo Parente ( suspeito de ser funcionário fantasma). O caso é investigado pela Delegacia de Repressão aos Crimes de Maior Potencial Contra a Administração Pública (Dracma).

O delegado da Dracma, Guilherme Rocha Martins, explicou que a operação tem como finalidade a apuração de esquemas criminosos que envolvem a nomeação de funcionários em todo o âmbito da administração pública. "Nessa primeira fase, o foco foi o esquema criminoso que estava instalado na Assembleia Legislativa".

A Polícia Civil disse que os detalhes do esquema foram descobertos após a apreensão do celular de Danilo Parente. Os investigadores tiveram acesso à conversa dele e dois demais suspeitos. Ele foi nomeado como diretor no dia 31 de janeiro de 2017 e exonerado no mesmo dia. Entretanto,  a nomeação foi reatroativa a 1º de janeiro de 2016-feriado nacional.  De uma só vez ele recebeu R$ 110 mil, segundo o MPE.

O esquema

Segundo a PC, o esquema consistia na nomeação do funcionário fantasma para apropriação do dinheiro público. Este, por sua vez, sacava o dinheiro e o devolvia ao operador do esquema.

O delegado explicou que o ex-diretor Geral da AL foi responsável por viabilizar nomeações, enviar folhas de frequência assinadas para a Assembleia fazer o pagamento ao funcionário fantasma.

Conforma a investigação, Danilo Parente [funcionário fantasma) R$ 90 mil na agência de Paraíso, e entregou nas mãos do Flávio Negreiros, que é operador. Certamente deve ter encaminhado o dinheiro para o chefe do esquema.

Destruição de provas

A polícia disse que os suspeitos de envolvimento no esquema fizeram arranjos e combinações para tentar acobertar o delito. O delegado apresentou mensagens [prints do WhatsApp] para ilustrar a situação.

--Aqui, por exemplo, o ex-diretor geral [da AL], que é o líder da organização, passando para seu operador encaminhar como se fosse um equívoco, falando em sumir com a documentação. Falando que não pode entregar. (...) Eles estavam planejando suprimir documentações para tirar o rastro desse esquema". Detalhou o delegado Guilherme.

Sem posicionamento da AL

O AN procurou a AL para se manifestar sobre as denúncias apresentadas pela PC, mas ainda não obteve retorno.  Também não conseguiu contato com a defesa dos citados.  Mas o espaço permanece em aberto.  A PC indentificou seis crimes: compulsão, peculato, falsidade ideológica, supressão de documentos, associação criminosa e lavagem de dinheiro.

Outra investigação

Há outra investigação do Ministério Público Estadual (MPE), iniciada em outubro do ano passado, que aponta para a existência de possíveis 60 servidores fantasmas na AL.  Inclusive, o MPE recomentou à Assembleia a realizar concurso público, adotar ponto eletrônico e reduzir os comissionados. Tais medidas, foram exigidas pelo órgão fiscalizador após as denúncias. A lista já foi entregue à PF