Formino Antônio de Oliveira, 48 anos, é feirante e teve o carro destruído por um incêndio criminoso.
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A pandemia da covid-19 tem afetado especialmente os trabalhadores informais, como ambulantes, feirantes e autônomos com as medidas restritivas e a queda brusca no rendimento. E tudo que está ruim pode piorar. Foi isso que aconteceu com o ambulante/feirante araguainense Formino Antônio de Oliveira, 48 anos. Apesar disso, ele quer tocar a vida para frente. 

O carro dele, uma Pampa, foi destruído por um incêndio criminoso. O fogo também atingiu a barraca que cobria o veículo, as frutas que estavam dentro e sacolas plásticas usadas para embrulhar as compras. Uma câmera de segurança registrou um homem ateando fogo, mas ninguém foi identificado até o momento. 

Sentado ao lado da sucata do carro, que deu perda total, o feirante falou da luta para conquistar os bens e dos planos para tocar o barco para frente. “Eu mexo com frutas tem uns 10 anos. Aqui nesse ponto [estou] com dois anos. (...) Aqui eu vendo laranja, abacaxi, melancia, farinha.” Relatou, acrescentando ser pai de três filhos. 

Disse ainda que chega todos os dias no ponto por volta das 6 horas da manhã e volta para casa às 21h. O lucro das vendas serve para garantir o pão de cada dia e manter as despesas.

 “O suficiente para pagar água, energia e despesas de casa.” Explicou Formino, relembrando do prejuízo. “A gente fica chateado. A gente chega de manhã e se depara com uma situação dessa.”

O feirante disse que sempre foi prestativo, nunca negou frutas a moradores de rua e também não tem inimizades com ninguém. Por isso, considera que o elemento que ateou fogo no seu carro “é um desocupado”.  

Formino relatou que assim que iniciou as vendas no ponto, ele colocava as frutas em caixotes e chegou a alugar um carro por três meses. Mas um dia um amigo deu uma força e vendeu a Pampa para pagar em 30 parcelas, todas já quitadas. Como não havia espaço em casa para guardar o veículo, ele pediu e o Supermercados Campelo cedeu estacionamento para ele. 

Há algum tempo surgiu defeito na partida e como ele não tinha dinheiro para consertar, deixou a Pampa na rua. “Tive que no local aqui (...) no dia não teve como [guardar], o carro estava com problema de partida.” Relatou.

O feirante estima que o prejuízo só com as frutas chegou a R$ 1 mil. Mas, na visão dele, ao invés de remoer o passado, precisa batalhar diariamente para ganhar o sustento. “Agora espero que Deus abençoe. Tocar para frente e reerguer, para a gente dar continuidade. Começar tudo novamente.”